LOC/MTC do Porto olhou para dentro do movimento

No dia 4 de Novembro de 2007 realizou-se a 64ª Assembleia da Liga Operária Católica/ Movimento de Trabalhadores Cristãos, da Diocese do Porto, na Casa Diocesana de Vilar, sob o tema “Valorizar o Trabalho – Dignificar a Pessoa” Estiveram presentes cerca de 130 militantes e simpatizantes do Movimento, na Diocese. Igualmente marcou presença a Coordenadora Nacional da LOC/MTC, Fátima Almeida. Estiveram ainda presentes como convidados, a representar a CGTP Deolinda Machado, a Pastoral Operária, Américo Monteiro, e alguns sacerdotes assistentes e amigos do Movimento. Justificou a sua ausência o D Manuel Clemente, nosso bispo diocesano, pelo facto da visita “ad Limina” que está decorrendo, neste momento, no Vaticano, augurando por uma fecunda Assembleia Diocesana. Foi aprovada a Acta da anterior Assembleia com uma abstenção, assim como o Relatório de Actividades aprovado com quatro abstenções. Foi desenvolvido o tema de Formação e Debate “Um olhar sobre o interior do Movimento” orientado pelo Pe. Horácio Noronha. Começou por afirmar que toda a acção militante transforma a vida e transforma o próprio militante. E a todos perguntava, que motivos temos para agir? Enumerou seis grandes motivações: Grandes Motivações: 1 – Toda a realidade humana nos deve interessar: “As alegrias e as esperanças, as tristezas e as angústias dos homens do nosso tempo, sobretudo dos pobres e de todos os que sofrem, são também as alegrias e as esperanças, as tristezas e as angústias dos discípulos de Cristo”. (Gaudiam et Spes, nº 1) 2 – A acção pela procura e obtenção da justiça “A acção pela justiça e a participação na transformação do mundo aparecem-nos como uma dimensão constitutiva da pregação do Evangelho, em prol da redenção e da libertação do género humano de todas as situações opressivas” (Sínodo dos Bispos sobre “A Justiça no mundo” 1). “O que fizestes a um destes meus irmãos mais pequeninos a Mim o fizestes” (Mt. 25, 40). 3 – A promoção da dignidade da pessoa: “Descobrir e ajudar a descobrir a dignidade inviolável de cada pessoa humana constitui a tarefa essencial e unificadora do serviço que a Igreja, e nela os fiéis leigos, são chamados a prestar à família dos homens. De todas as criaturas, só o homem é «pessoa», sujeito consciente e livre e, precisamente por isso, «centro e vértice» de tudo o que existe sobre a terra. A dignidade pessoal é o bem mais precioso que o homem tem, graças ao qual ele transcende em valor todo o mundo material: o homem vale não por aquilo que «tem» — mesmo que ele possuísse o mundo inteiro — mas por aquilo que «é». Não são tanto os bens do mundo que contam, mas o bem da pessoa, o bem que é a própria pessoa”. (CL, 37). 4 – O projecto de Deus para o Homem: “Deus criou o ser humano à sua imagem e semelhança e disse-lhes: Crescei e multiplicai-vos, enchei e dominai a terra”. 5 – O nosso método da Revisão de Vida: “O Povo de Deus, movido pela fé com que acredita ser conduzido pelo Espírito do Senhor, esforça-se por discernir nos acontecimentos, nas exigências e aspirações, em que participa juntamente com os homens de hoje, quais são os verdadeiros sinais da presença ou da vontade de Deus e orienta o espírito para soluções plenamente humanas”. (GS 11). 6 – O lugar da LOC/MTC “Faz parte da missão da Igreja contribuir para que a sociedade se organize e viva segundo o Evangelho. Precisamos de católicos de fé esclarecida, bons conhecedores das realidades portuguesas no contexto da actualidade internacional, que sejam os profetas das denúncias e dos anúncios esperançosos. Mas não basta. É necessário que eles apareçam como arautos e agentes do pensamento social da Igreja, tomando iniciativas de intervenção ou acção”. (Bispos Portugueses na “Mensagem ao Povo de Deus no centenário da D.S.I.”, 1991). Por fim afirmou que só com o Movimento organizado e com planos de acção bem delineados se conseguirá ter êxito nas acções. Há que, contrapondo ao sentimento da tristeza, a justa indignação; ao medo, a coragem de arriscar; ao sentimento de vitimização, assumir a inviolável dignidade do Homem; ao conformismo derrotista, a desinstalação e ao egoísmo, a solidariedade. Falou do valor impar do reformado que pode fazer acções que os que estão no activo não podem, ou estão impedidos de as fazer. Terminou como começou: toda a realidade humana nos interessa e a ela não podemos ficar indiferentes. Citando João Paulo II, nos incitou a fazer, fazer bem e a fazer outros fazer. Em plenário os militantes discutiram e aprovaram um Plano de Acção, por unanimidade, a concretizar até à próxima Assembleia, e que contempla os seguintes campos de acção prioritários: – A partir da crescente precariedade do emprego e do constante aumento do desemprego a Assembleia aprovou como prioridade principal o TRABALHO e reflectiu as suas implicações na: Família; Segurança Social, Sistema de Saúde, Flexisegurança e pobreza e exclusão. – No interior do Movimento as prioridades terão em conta: A formação dos Militantes; acentuar a dinâmica das Equipas, a sua capacidade de reflexão tendo em conta a realidade do seu Agir transformador na Sociedade que a envolve; cuidar também do rejuvenescimento e expansão do Movimento. – Foi igualmente aprovado um calendário de actividades que contempla vários encontros de formação para militantes e outros trabalhadores abrangidos pelas acções a realizar pelo Movimento. – As contas relativas ao ano 2006/2007 e o orçamento para 2007/2008 foram também aprovados. – Os convidados presentes saudaram e dirigiram palavras à Assembleia. – Foram eleitos Coordenadores Diocesanos, Serafim Vieira e Lurdes Pinheiro, para o triénio 2007/2010, que dirigiram palavras de saudação e compromisso à Assembleia. – Depois das palavras dirigidas à Assembleia pelos Coordenadores Diocesanos cessantes, Joaquim Ribeiro e Armanda Teixeira, esta terminou com a celebração da Eucaristia, presidida pelo Assistente Diocesano, Padre José Manuel Macedo. Porto, 4 de Novembro de 2007

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