«Eleições são sempre livres, contando com o discernimento de cada um dos participantes, para o melhor bem da Igreja» – D. José Ornelas
Fátima, 17 abr 2023 (Ecclesia) – A Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) iniciou hoje em Fátima a sua 206.ª Assembleia Plenária, na qual vai eleger responsáveis para os órgãos de coordenação e direção, no próximo triénio.
“Sinodalidade concreta é também esta Assembleia Episcopal e especificamente a eleição dos seus órgãos colegiais de coordenação e direção, que terá lugar durante esta Assembleia. Não temos listas de candidatos, pois não é esse o espírito, nem a tradição”, disse o presidente da CEP, D. José Ornelas, no seu discurso de abertura.
Segundo os estatutos, recordou o bispo de Leiria-Fátima, “as eleições são sempre livres, contando com o discernimento de cada um dos participantes, para o melhor bem da Igreja”.
“Espera-se que os escolhidos aceitem os cargos para que forem eleitos, a não ser que qualquer razão grave seja apresentada”, acrescentou.
Os bispos vão eleger o presidente, o vice-presidente e o secretário da CEP, bem como os vogais do Conselho Permanente, os presidentes das comissões episcopais e os delegados da Conferência Episcopal.
A Conferência Episcopal Portuguesa tem seis comissões episcopais que coordenam os diferentes setores da pastoral: Educação Cristã e Doutrina da Fé, Pastoral Social e Mobilidade Humana, Vocações e Ministérios, Cultura, Bens Culturais e Comunicações Sociais, Liturgia e Espiritualidade, Laicado e Família e Missão e Nova Evangelização.
As eleições na CEP são trienais, com a possibilidade de reeleição.
Após a revisão dos estatutos da Conferência Episcopal Portuguesa aprovados pela Santa Sé, no dia 30 de março, um leigo ou uma leiga pode ser eleito para secretário da CEP, cargo que deixa de estar limitado a dois mandatos.
Na quinta-feira, às 11h00, é celebrada uma Eucaristia pelas vítimas de “abusos sexuais, de poder e de consciência na Igreja”, na Basílica da Santíssima Trindade, com a presença do episcopado português.
O presidente da CEP sublinhou o compromisso com “uma Igreja mais sinodal, num percurso que pretende envolver todos os cristãos, nas paróquias, dioceses, conferências episcopais e assembleias continentais, a caminho da assembleia do Sínodo de Bispos e leigos de todo o mundo, que terá lugar no próximo mês de outubro, em Roma.
“Sem dúvida que a questão dos abusos revela uma mudança dentro da Igreja, de acordo com aquilo que é a sua identidade e a sua missão, cientes de que vivemos realmente um ponto de viragem na História, um tempo do Espírito, que é a fonte de transformação”, indicou D. José Ornelas, na sua intervenção inicial.
O bispo de Leiria-Fátima recordou que uma delegação da CEP participou na etapa continental europeia, realizada em Praga, de 6 a 12 de fevereiro último, uma Igreja que se “exprime na diversidade da história e das tradições de cada um dos seus povos e culturas”.
“O discernimento da Assembleia europeia sublinha igualmente elementos portadores de esperança: a vontade, claramente expressa, de combinar a diversidade com a unidade; a transformação missionária da Igreja e a busca de novos caminhos de presença e de anúncio do Evangelho; o diálogo sobre as grandes e novas questões da humanidade, nomeadamente na busca de respostas para a emergência climática, os avanços da ciência e da tecnologia, a vitória sobre a miséria e a guerra”, referiu D. José Ornelas.
PR/OC
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