Trabalhadores católicos contestam flexisegurança

LOC/MTC realizou assembleia diocesana O estabelecimento das regras do conceito da flexisegurança no contexto do mundo laboral está a preocupar os trabalhadores católicos. O tema foi abordado, ontem, na Assembleia Diocesana da Liga Operária Católica/Movimento dos Trabalhadores Cristãos (LOC/MTC) que juntou quase uma centena de responsáveis do movimento no Centro Cultural e Pastoral da Arquidiocese de Braga. «De facto, a flexisegurança não pode ser entendida pelos governantes, como pelos trabalhadores, como se de uma solução mágica se tratasse e que vai resolver os problemas que hoje afligem o mundo laboral», afirmou ao Diário do Minho, Fátima Almeida, coordenadora diocesana do movimento. Aquela dirigente, que consubstanciou a sua posição nas conclusões da reflexão que foi realizada na assembleia – com uma conferência sobre os novos conceitos e realidades do trabalho e que desafios advêm para os trabalhadores e para o mundo laboral –, indicou que no próprio “livro branco” que está a ser elaborado «evita-se o emprego do termo flexisegurança ». De acordo com as palavras de Manuel Silva e Costa, professor do departamento de Sociologia da Universidade do Minho, que foi o orador da reflexão, Fátima Almeida indicou que a Segurança Social precisará de cerca de «400 mil milhões de euros para aguentar a implantação da flexisegurança». A dirigente da LOC/MTC – que este fim de semana terminou o seu mandato – não esconde que «a flexisegurança é uma inevitabilidade », sendo que teme que o conceito não seja implantado em Portugal como o foi na Dinamarca, país de onde é originário. «No nosso país o contexto empresarial e económico é muito diferente do da Dinamarca ou de outros países europeus », indicou Fátima Almeida, acrescentando que, «para Portugal se teme que tudo resulte numa “flexinsegurança”». No fundo, esta dirigente que vai assumir a coordenação nacional do movimento sustenta que o novo conceito «vem pôr em causa» o que sempre defenderam como modelo e desenvolvimento «baseado no bem comum e na solidariedade . Fátima Almeida destaca ainda que «a flexisegurança contraria a própria Doutrina Social da Igreja» e, como tal, «a LOC/ MTC mostra-se céptica» quanto o modelo que se evidencia na actualidade. Uma das principais preocupações vai para «toda uma geração de trabalhadores – agora com 50 ou mais anos de idade – para a qual será impossível adaptar-se ao novo modelo que se quer impor», frisou a dirigente, reclamando atenção para com tais pessoas. Movimento elegeu nova coordenação Com a saída de Fátima Almeida para a coordenação nacional da LOC/MTC, o movimento da Arquidiocese de Braga elegeu ontem novos responsáveis para o mandato 2007/2010. António Rui Gomes assume agora as funções de coordenador diocesano, coadjuvado por Maria Isabel Pereira, como vice-coordenadora.

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