Bento XVI pede estruturas de formação cristã

Formação em todos os níveis, em particular aquela dirigida aos leigos para contrariar a descristianização ou, de certo modo, as dificuldades que a inculturação da mensagem evangélica encontra. Foi a prioridade pastoral que Bento XVI identificou para a Igreja no Gabão, no discurso aos bispos do país africano, recebidos em audiência, na manhã de ontem, dia 26, no Vaticano, na conclusão de sua visita ad Limina. A formação cristã deve ser “baseada em princípios claros”. Também Bento XVI foi claro ao sublinhar em que consiste a novidade da evangelização. “Entre as tarefas urgentes da Igreja no Gabão é necessário, sobretudo, ressaltar a transmissão da fé e o aprofundamento do mistério cristão.” “Os cidadãos por vezes deixam-se atrair pela sociedade do consumo e da permissividade , que é menos atenta aos mais pobres do país. Encorajo-os a fazerem crescer neles o sentido fraterno e a solidariedade. Constata-se também um certo descuido na vida dos cristãos, tomados pelas seduções do mundo. Faço votos de que tenham uma sempre maior conduta exemplar no que diz respeito aos valores espirituais e morais.” Para obter esses resultados é necessário que as estruturas de formação sejam organizadas de modo que possam ser “realmente eficazes”. “Não tenham temor de preparar sacerdotes e leigos capazes para essa tarefa”, pediu o Papa. Assim, também “as comunidades eclesiais serão mais vivas e os fiéis vão adquirir na liturgia, na oração pessoal, familiar e comunitária, forças para ser, em todos os sectores da vida social, testemunhas das boas noticiais, artesãos da reconciliação, da justiça e da paz, das quais o nosso mundo tanto precisa”. No seu discursos, o Papa abarcou todas as realidades eclesiais e hierárquicas da Igreja do Gabão. Agradeceu ao clero e às famílias religiosas pelo seu testemunho, convidando os bispos a ajudá-los no seu ministério. Em particular, Bento XVI convidou os prelados do Gabão a serem “como pais” para os jovens do país: “Todos os cristãos e em particular os pais, devem mobilizar-se para convidar os jovens a abrirem seu coração a Cristo e segui-Lo. O Senhor quer dar a cada um a graça de uma vida bonita e boa, e a esperança que permite encontrar o sentido verdadeiro da existência, diante dos riscos da vida quotidiana.” “Faço votos de que os jovens não tenham temor de ser também os primeiros evangelizadores dos trabalhadores de sua idade. É, muitas vezes, graças à amizade e à partilha que estes últimos poderão descobrir a pessoa de Cristo e aderir a Ele”. Dessa atenção aos jovens se poderão desenvolver também as vocações, ainda “pouco numerosas”, segundo os bispos do Gabão. E àqueles que já são sacerdotes, Bento XVI dirigiu a seguinte exortação: procurem, em primeiro lugar, “o bem da Igreja e não as vantagens pessoais”, conformando a vida e a missão de vocês “ao gesto do lava-pés. Esse amor vivido numa perspectiva de serviço desinteressado faz nascer uma profunda alegria”. Redacção/Rádio Vaticano

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