Bispos da UE saúdam acordo do Tratado Reformador

COMECE aconselha católicos a preparar-se para o debate europeu e saúda compromisso para diálogo com as Igrejas A Comissão dos Episcopados da União Europeia – COMECE – saúda “com alívio o anúncio do acordo sobre o novo Tratado Internacional para a UE”. Num comunicado enviado à Agência ECCLESIA, o secretário geral da COMECE, D. Noel Treanor, afirma ser “um compromisso de esperança que relança a construção europeia”. O acordo, estabelecido esta noite na Cimeira em Lisboa entre os 27 Estados membros e o Governo da UE, põe fim a quatro anos de fracassadas tentativas e crises institucionais após a rejeição do Tratado Constitucional por referendos em França e da Holanda em 2005. “Apesar das ameaças de, até ao último momento, os países satisfazerem os seus pedidos, a COMECE saúda a preocupação com o bem comum e o interesse de 500 milhões de cidadãos que prevaleceu”. A COMECE saúda particularmente a introdução do artigo 15 sobre o funcionamento da UE, que estipula que “a União respeite e não prejudique,em virtude do direito nacional, as igrejas e as associações nem comunidades religiosas nos membros de Estados”. E notavelmente “reconhecendo a sua identidade e sua contribuição específica, a UE mantém um diálogo aberto, transparente e uniforme com estas igrejas e organizações. “Sobre este artigo, que introduz uma nova disposição sobre os Tratados, as instituições da UE comprometem-se com um diálogo mais regular com as Igrejas, permitindo também aos cristãos, acompanhar mais eficazmente o processo de construção europeia que caminha para uma União mais solidária e mais justa para os cidadãos europeus, uma União mais responsável face aos grandes desafios mundiais”. A COMECE nota “com interesse” que o novo Tratado introduz um preâmbulo ao Tratado da União Europeia reconhecendo as heranças culturais, religiosas e humanistas de Europa. No entanto, D. Noel Treanor lembra que “o debate nas raízes cristãs de Europa é benéfico para a reflexão na identidade europeia e tem portanto de permanecer actual”. O Tratado Reformador, que apenas será assinado pelos chefes de Estado dos governos dos 27, a 13 de Dezembro em Lisboa, “deve ser ratificado por referendo na Irlanda e por meio parlamentar nos outros membros de Estados”, assume o Secretário Geral da COMECE, que aconselha os cristãos a reflectirem nos próximos meses sobre as questões de forma a estarem preparados para o debate europeu. “O Tratado, apesar das suas lacunas e complexidades, representa para a UE uma alargada e satisfatória solução institucional. Introduz reformas no processo de decisão que permitirá seguir a construção europeia com bases eficientes e justas”. D. Noel Traenor finaliza o comunicado recordando palavras recentes de Bento XVI: “ainda que, em alguns aspectos, seja possível fazer críticas justificadas sobre algumas instituições europeias, o processo de unificação é um trabalho de um grande alcance, que permitiu a este Continente, durante muito tempo minado por conflitos e guerras desastrosas, viver um período de paz, que antes não conhecia”.

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