Drama do Darfur

Missionários Combonianos mobilizam sociedade para problema humanitário e querem dirigir-se à Presidência da União Europeia O Darfur levou os missionários combonianos ao Santuário de Fátima no passado dia 13. Não foi só a Igreja da Santíssima Trindade, inaugurada no dia 12, que prendeu a atenção dos peregrinos no Santuário. Os jovens combonianos quiseram alertar para a realidade que os refugiados no Sudão enfrentam. O final do mês de Novembro marca a data para a recolha de assinaturas de uma petição que os Combonianos querem entregar à Presidência da União Europeia no princípio de Dezembro. A petição destina-se a que a Presidência da União Europeia tenha o Darfur como prioridade na Cimeira a realizar entre Europa e África, para que encontrem uma resposta e se comprometam com a paz. Munidos de cartazes com frases emblemáticas, faixas e o mapa de África os jovens concretizavam a sensibilização com a aproximação pessoal. “As pessoas quando abordadas têm dificuldade em se deixar provocar”, sublinha o Pe. Joaquim Silva, da equipa da pastoral vocacional juvenil dos Missionários Combonianos, à Agência ECCLESIA. Alguns comentários de desconhecimento, “de acharem que não é nada connosco, manifestam a falta de tempo, que não lhes interessa, que é com os muçulmanos”, desconfiando inclusivamente o porquê da assinatura, foram registados pelos cerca de 15 jovens foram a Fátima. Esta seria uma “oportunidade para passar a mensagem de sensibilização e fazê-la chegar a pessoas que possivelmente não estariam tão próximas da realidade no Sudão”, manifesta o sacerdote. Em resumo, os portugueses ficaram mais indiferentes e manifestaram maior dificuldade na abordagem, ao contrários dos estrangeiros, explica o Pe. Joaquim Silva. “Alemães, italianos, espanhóis estão mais sensibilizados para se deixar abordar e envolver com o Darfur”. Cerca de 500 assinaturas foram recolhidas, “muito poucas dentro do universo de pessoas que estiveram em Fátima”, lamenta, mas a juntar a um número “ainda desconhecido”, pois estão a ser recolhidas assinaturas em todo o país. Iniciativas têm povoado Portugal que se congrega para o drama dos refugiados. O Pe. Leonel Claro, responsável pela pastoral vocacional juvenil dos Missionários Combonianos, recorda à Agência ECCLESIA que esta iniciativa surgiu do grupo de jovens Fé e Missão. Esta campanha de informação e sensibilização pelo Darfur. já conheceu uma caminhada a Fátima, a concentração no Dia Mundial pelo Darfur, actividades dinamizadas paroquialmente por vários movimentos e grupos, está em fase de edição também uma colectânea de músicas pelo Darfur, onde marcam presença vários artistas portugueses. O lançamento está previsto para Novembro. Mas há ainda outras ideias. No dia 24 de Novembro “queremos organizar numa hora de sensibilização pelos Refugiados”. Será o «Olha a hora» pelo Darfur a ser dinamizada a partir de três pontos do país – Vila Nova de Famalicão, Coimbra e Santarém, mas “onde todas as pessoas estão convidados a associarem-se a esta chamada de atenção”, precisamente 15 dias antes da Cimeira Europa-África “querendo afirmar aos governantes que a sociedade portuguesa está atenta e sensibilizada para o drama dos refugiados”, aponta o Pe. Leonel Claro. Muitas iniciativas para “alertar e informar a sociedade portuguesa para o drama humanitário do Darfur e que está longe”, mas que chega bem perto das pessoas. Conhecedores da realidade, os missionários combonianos encontram-se em Niala, no centro de Darfur, onde o Pe. Feliz Martins faz a ponte com a realidade portuguesa. Os missionários apoiam o projecto da construção de uma escola para crianças filhas de refugiados, perto de um campo de refugiados. “Fruto desta campanha pelo Darfur, apoiamos este projecto escolar”, que se destina a cerca de 300 crianças, através da compra de material escolar e alguma comida para “dar pelo menos uma refeição diária às crianças”, aponta o Pe. Leonel Claro. A acção que percorre Portugal está em sintonia com outras actividades organizadas internacionalmente. Os Missionários Combonianos criaram uma plataforma PorDarfur, onde está representada a Aministia Internacional, a Fundação Gonçalo da Silveira, a Comissão Nacional Justiça e Paz, a Comissão Justiça e Paz dos Religiosos, entre outras, em ligação com os órgãos de comunicação social que fazem eco das iniciativas e ajudam a congregar a sociedade. A recolha de assinaturas será realizada até ao final de Novembro, para que a petição possa ser entregue no início de Dezembro. Quem pretender associar o seu nome a esta causa pode fazê-lo em www.pordarfur.org, assinando electronicamente ou fazendo o download para recolher assinaturas.

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