Guerra e tortura não são um direito

O presidente do Conselho Pontifício Justiça e Paz (CPJP), Cardeal Renato Martino, defendeu no Vaticano que a guerra “não é um direito”. Falando num curso sobre o direito humanitário para capelães militares, o membro da Cúria Romana indicou que o conflito bélico “deve ser submetido a regras precisas, compatíveis com a dignidade humana”. “É nessa perspectiva, e não por cálculo político ou estratégico, que o direito internacional humanitário deve ser incluído entre as expressões mais felizes e eficazes que emanam da verdade da paz”, precisou. “A defesa da dignidade humana é o único raio de luz nas trevas da guerra. Um raio de luz que pode iluminar as mentes, uma pequena chama que pode dissolver o ódio e ressentimento nos corações, um fio subtil que permite ao homem não perder-se e não estagnar no caminho do amor que conduz a Deus”, referiu o presidente do CPJP no II Curso internacional de formação em Direito humanitário dos capelães militares católicos, que reuniu em Roma 80 ordinários e capelães militares, bem como especialistas de 30 países do mundo inteiro. Numa outra conferência, dedicadas à cooperação entre as religiões e sociedade civil, o Ordinário militar emérito dos EUA, Arcebispo Edwin F. O’Brien, referiu a delicada distinção moral entre técnicas de interrogatório e tortura, no caso de prisioneiros terroristas. O Arcebispo definiu como “desviado e absolutamente bárbaro” o tratamento dos prisioneiros na cadeia americana de Abu Ghraib (no Iraque), considerando “significativa” a ausência de um capelão em tal prisão, apesar de o Regulamento militar o requerer expressamente. (Com Rádio Vaticano)

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