Papa pediu disponibilidade dos sacerdotes para o sacramento da reconciliação
Cidade do Vaticano, 23 mar 2023 (Ecclesia) – O Papa recebeu hoje os participantes do Curso sobre o Foro Interno promovido pela Penitenciária Apostólica, destacando a “preparação de bons confessores” e o “vínculo inseparável entre a vocação missionária da Igreja e a oferta de misericórdia a todos os homens”.
“Existe, portanto, um vínculo inseparável entre a vocação missionária da Igreja e a oferta de misericórdia a todos os homens. Vivendo da misericórdia e oferecendo-a a todos, a Igreja se realiza e cumpre sua ação apostólica e missionária. Quase poderíamos dizer que a misericórdia está incluída nas “notas” características da Igreja, em particular faz resplandecer a santidade e a apostolicidade”, disse Francisco no discurso divulgado pela Santa Sé.
Na Sala Paulo VI, Francisco encontrou-se com os cerca de 500 participantes do 33º Curso sobre o Foro Interno promovido pela Penitenciaria Apostólica, agradecendo a formação de “bons confessores, plenamente conscientes da importância do ministério a serviço dos penitentes”.
Segundo o Papa, “não é possível, sobretudo neste tempo da Quaresma, deixar de dar atenção ao exercício da caridade pastoral, que se expressa de modo concreto e eminente na plena disponibilidade dos sacerdotes ao exercício do ministério da reconciliação”.
Francisco lembrou o silêncio de Jesus, “perante a mulher adúltera” e indica que no confessionário o “sacerdote deve amar o silêncio” e multiplicar os “focos de misericórdia”.
Também o sacerdote no confessionário deve amar o silêncio, ser magnânimo de coração, sabendo que cada penitente o recorda a sua própria condição pessoal: ser pecador e ministro da misericórdia. Esta consciência fará com que os confessionários não fiquem abandonados e que não falte a disponibilidade dos sacerdotes”.
O Papa defendeu ainda que “quando já não se pode fazer muito para curar o corpo, muito se pode e deve sempre ser feito para a saúde da alma” e que as “celebrações comunitárias devem ser valorizadas em algumas ocasiões, sem renunciar às Confissões individuais como forma ordinária de celebrar o sacramento”.
No âmbito das tentações, Francisco pediu que no confessionário não haja tentações.
“Cuidado no confessionário: nunca dialogar com o mal, nunca! Dar o perdão e abrir alguma porta para que a pessoa possa ir adiante; mas dar uma de psiquiatra, ou de psicanalista: não, nunca entrar nessas coisas. Se alguém tem esta vocação, deve exercê-la noutro lugar, não no tribunal da penitência. Este é um diálogo que não cabe a um momento de misericórdia”, apontou.
SN