Estado deve respeitar a Igreja

D. José Policarpo insurge-se contra «forças laicistas» que recusam espaço público para os valores religiosos Os momentos actuais da nossa história estão carregados “de sintomas de um conjunto de forças laicistas, que estendem abusivamente o conceito de laicidade, transformando-o num laicismo que se afirma com contornos de uma religião laica” – disse ontem à noite (10 de Outubro) D. José Policarpo, Patriarca de Lisboa, no Centro Cultural de Belém, em Lisboa. Numa conferência à Ordem Equestre do Santo Sepulcro de Jerusalém, o Patriarca de Lisboa realça que a “laicidade deslizou, facilmente, para o laicismo e pretendeu estender-se a toda a sociedade, progressivamente marcada pelo individualismo, recusando espaço na sociedade para a incidência cultural dos valores religiosos e, sobretudo, evangélicos”. Na conferência – subordinada ao tema «Laicidade e Laicismo: Igreja, Estado e Sociedade» – o orador afirmou aos presentes que a “Igreja aceita a laicidade do Estado e mesmo onde os católicos são maioria, ela não exige a confessionalidade do Estado nem conta com o poder estatal para realizar a sua missão”. Apesar de saber que a área de intervenção do Estado é a ordem temporal do presente histórico, “onde o respeito pela dignidade da pessoa humana, da sua consciência e das expressões legítimas da sua liberdade, a construção da justiça e os caminhos de desenvolvimento e de progresso são valores fundamentais”, D. José Policarpo alerta que se a esfera natural dos valores a promover e defender pelo Estado, é a ordem temporal, “não pode desconhecer ou atacar valores transcendentes, também eles presentes na dinâmica da sociedade”. Por isso, a Igreja “nunca aceitará que a laicidade do Estado se transforme em laicismo a impor-se a toda a sociedade, que à partida não se pode definir como laica ou crente, pois isso depende da consciência dos cidadãos”. Notícias relacionadas • Conferência de D. José Policarpo

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