Missa assinalou o encerramento da Missão País 2023, que envolveu quatro mil universitários em 64 localidades do país
Lisboa, 11 mar 2023 (Ecclesia) – Ana Mara Silva, do Instituto Superior de Ciência Sociais e Políticas, afirmou hoje que há quatro anos “estava muito afastada da Igreja, mas obviamente a Missão País muda a vida”, na Missa de Ação de Graças pela edição 2023.
“Para quem está afastado da Igreja, a ‘Missão País’ é uma semana muito intensa e de encontro claro com Jesus: Nós vemo-Lo de dia à noite, de manhã à tarde, em todo o lado. Não parece normal, para quem não está habituado, e depois o desafio é não deixar o espírito missionário morrer e o trabalho é procurar conhecer Jesus mais profundamente”, disse em declarações à Agência ECCLESIA, no Mosteiro dos Jerónimos.
Ana Mara Silva, que participou na quarta missão e descobriu esta iniciativa através de uma publicação de um primo numa rede social, explica que “é uma semana que impacta o resto da vida”, referindo que quando participou pela primeira vez “estava muito afastada da Igreja mas, obviamente, a Missão País muda a vida”.
“Mudou a minha vida! Estou aqui quatro anos depois; veio o Covid, foi mais difícil ler, procurar perceber, e quanto mais se conhece mais se apaixona por Jesus, é um impossível ir de outra maneira”, explicou.
A Missão País 2023 convocou os missionários universitários para celebrarem Missas de Ação de Graças, este sábado e domingo, dias 11 e 12 de março, em Lisboa, no Porto e Coimbra.
“É um momento de darmos graças pelos frutos que estas missões têm vindo a dar desde há 20 anos, não só na vida de muitos jovens, mas depois também na vida da Igreja como um todo”, explicou o padre Hugo Gonçalves, do Patriarcado de Lisboa, à Agência ECCLESIA.
A Missão País 2023 envolveu quatro mil missionários que, em missões de 58 elementos, se deslocaram para 64 localidades do país para uma semana de missão.
“A Missão País tem pelo menos três ingredientes que fazem com que ela seja um sucesso e depois eles também se sintam tão felizes enquanto participam nelas, e aconselho sempre a levarem isso para a vida todos os dias: Jesus muito presente, vivo; comunidade, estamos integrados num grupo; e a prática do serviço, a caridade, descobrir que a minha vida pode ser um dom para os outros.”
O padre Afonso Sousa acompanhou a Missão País do Instituto Superior de Ciência Sociais e Políticas, em Bucelas, e considera que o primeiro anúncio, “o anunciar Jesus”, “ainda falta a muitos jovens”.
“É o primeiro anúncio do kerigma, porque muitos não conhecem. Na minha missão tinha gente que não era batizada e foi tentar descobrir o que é isto de Jesus e, agora, acompanhá-los, e isso é muito bom”, acrescentou.
“A parte que mais me faz aderir à Missão País é ver tantos jovens a querer partir e ir para uma aldeia, durante as nossas férias, ajudar com tudo o que seja preciso. E ver que há pessoas nas nossas faculdades que não conhecemos e acabam por ser do mesmo meio que nós e se dedicam às mesmas coisas. Enquanto jovens na faculdade, às vezes é difícil encontrar alguém que seja católico e que goste de ir à Missa” – Maria Prata, Instituto Superior Técnico.
O padre Hugo Gonçalves sublinhou que a Missão País “trouxe de facto a vida da fé para o mundo universitário”, um lugar onde “muitas vezes era difícil estar”, e hoje os jovens também se sentem “muito mais livres para viver a fé nesses lugares onde passam tanto tempo da sua vida”.
Jaime, chefe nacional de Teatro da Missão País, outro elemento característico destas missões de estudantes universitários, explica que esta é uma forma de “dar alguma coisa à comunidade de uma forma muito bonita”.
“A missão do teatro pode parecer mais ingrata porque não está em contacto com as pessoas da terra mas, ao mesmo tempo, é uma grande alegria ver toda a gente reunida. Um remate final da missão fortíssimo”, destacou à Agência ECCLESIA.
Bernardo, da missão da Universidade Católica em Melides, era um dos responsáveis pela imagem da Mãe Peregrina, e explicou que esta iniciativa tem quatro símbolos, que leva consigo no dia-a-dia em missão”: A cruz, a Mãe Peregrina, o terço missionário e do Cristo sorriso.
“Seguindo seu exemplo, Nossa Senhora saiu do seu conforto e foi levando Jesus ao longo da sua história a todos os outros, e foi quem criou. Nós queremos levar Jesus ao outros, fazer como Maria e partir apressadamente para as várias localidades”, explicou.
O jovem missionário acrescentou que, ao mesmo tempo, querem “deixar que Nossa Senhora atue” através deles, “como instrumentos”, para conseguirmos “adquirir as graças que dela podem advir”, salientando que na Missão País têm “três grandes graças”, “do acolhimento, a transformação, e envio apostólico”.
A ‘Missão País’ 2023 tem por tema a frase do Evangelho “Alegra-te, Ele está contigo”, escolhida em sintonia com o tema da Jornada Mundial da Juventude Lisboa 2023 (“Maria partiu apressadamente”).
O padre Nuno Amador, que presidiu à Missa de Ação de Graça no Mosteiro dos Jerónimos, na homilia incentivou os jovens a “partir apressadamente” para participarem na edição internacional da JMJ em Portugal, de 1 a 6 de agosto.
“Somos todos peregrinos da Jornada Mundial da Juventude; Se calhar, somos todos peregrinos muito especiais porque somos anfitriões, porque Deus nos dá esta graça de acolher aqueles que vêm, de preparar todas as coisas. Também ai Deus pode estar à espera do teu ‘sim’ e te pede que te levantes e partas também para isso apressadamente”, disse o sacerdote do Patriarcado de Lisboa.
A Missão País assinalou este ano 20 anos de história nas universidades de Portugal; o projeto começou com a opção de 21 estudantes, numa semana entre semestres do ano académico, escolherem um ponto do país e realizarem a missão de ir ao encontro dos habitantes, porta a porta.
HM/CB
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