Um meditação teológico-poética

«Uma meditação teológico-poética», é a apresentação que João Duque faz do livro “A Peregrinação – Percursos e Palavra” da autoria de José da Silva Lima e publicado pela Imprensa Nacional – Casa da Moeda (INCM). A obra foi, ontem, apresentada na Faculdade de Teologia na presença de professores, alunos e funcionários do Centro Regional de Braga, da Universidade Católica Portuguesa (UCP). A sessão de apresentação foi iniciada pelo cónego Pio Alves de Sousa, presidente da Comissão Instaladora do Centro Regional de Braga, que saudou os presentes, entre os quais destacou o Arcebispo de Braga, D. Jorge Ortiga e também o Arcebispo Emérito, D. Eurico Dias Nogueira. O professor João Duque, director-adjunto da Faculdade de Teologia, incumbido da missão da apresentação, afirmou que o livro em si mesmo é «uma peregrinação» que se faz numa dupla dimensão: por um lado, tendo em conta «os percursos exteriores de qualquer peregrino» mas, por outro, e sobretudo, tendo em conta a própria «peregrinação interior do peregrino e a sua transformação simbólica». Fundado na antropologia e na teologia, o autor coloca o «peregrinar cristão em estreita relação com o peregrinar bíblico» sabendo que o «partir» e o «ir» de cada peregrino se orientam para «a Diferença, a Novidade, o Outro», afirma João Duque. Além do mais, e salientando o facto de esta ser das primeiras publicações teológicas, senão mesmo a primeira, feita na INCM, o director-adjunto referiu que, na obra, o autor concentra o «caminho» da peregrinação no «pé do caminhante» e, com isso, vai elaborando «interessantes variações sobre o pé». Na peregrinação como no livro, o «santuário» ocupa o «centro geográfico» uma vez que «aglutina em si mesmo todos os elementos da peregrinação», afirmou. Para o professor leigo que dirige a Faculdade de Teologia, a obra de José da Silva Lima não descura qualquer exigência científica, não resistindo a afirmar que para si ela é mais uma «meditação teológico-poética que é talvez o auge daquilo que alguém, um dia, pode escrever», concluiu. No fim da apresentação de João Duque, o professor e padre José da Silva Lima não resistiu a afirmar que o desejo que tem para o futuro: «oxalá o livro dê tanto gosto a ler como a mim me deu a escrever». Antes de mais e em retrospectiva, o livro é «uma história de 12 anos de vida». De facto, «este livro nasce da vida e ao apresentá-lo ofereço uma parte da minha vida a cada leitor», afirmou o autor. O antigo presidente da Comissão Instaladora do Centro Regional de Braga, que está a fazer ano sabático, augurou que no futuro pretende continuar a escrever porque em cada coisa que escreve considera-se presente nela. «Eu considero que estou no livro. Viver é morrer dando-se aos outros», afirmou. A terminar, considerou que o livro «pode ser lido por todos: jovens, adultos, formados e menos formados». Sem querer fechar horizontes, afirma que pode inclusivamente ser lido por «budistas, islâmicos, judeus, como por cristãos católicos ou ortodoxos». Mas se há, para o autor, alguém a quem o livro se dirige com mais exactidão, esses são «aqueles que procuram, que buscam algo com sentido para as suas vidas». “A Peregrinação – Percursos e Palavra” foi escrito com «calma e serenidade» devendo também «ser lido em ambiente de pacificação ou seja, de peregrinação », concluiu José da Silva Lima.

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