D. António Vitalino refere que o trabalho eclesial pede «respeito pelas origens e crenças», mas tem em vista a inserção Discutir o problema das migrações no contexto europeu e à luz da dimensão ecuménica juntou os Directores Nacionais da Pastoral de Migrações e os Presidentes das Comissões Episcopais de Migrações numa reunião em Sibiu, na Roménia, palco também da III Assembleia Ecuménica Europeia. Um local onde a prática religiosa da Igreja Ortodoxa predomina, católicos e evangélicos juntaram-se também para perceber as diferentes origens e as formas de “trabalhar com todos de igual forma, com abertura e num sentido ecuménico”, aponta D. António Vitalino à Agência ECCLESIA, acrescenta que este trabalho implica “o respeito pelas origens e crenças, mas com vista à inserção”. O representante português neste encontro que é também o Presidente da Comissão Episcopal da Mobilidade Humana apontou que é importante reflectir “como é que a Igreja Católica pode, num espírito ecuménico, ajudar os imigrantes para que não fiquem desenraizados das suas igrejas e possam continuar a celebrar a sua religião”. Esta tem sido uma das preocupações da Igreja portuguesa que através da Obra Católica Portuguesa de Migrações e os diversos serviços de apoio nas dioceses ou mesmo as Cáritas têm vindo a desenvolver. Mas para que o trabalho nos países de acolhimento se desenvolva é necessário perceber “as várias igrejas, a ligação que os imigrantes mantêm com elas, quais as melhores formas de trabalho com os imigrantes nos países de chegada sem perder a ligação às suas igrejas de origem”, aponta o Bispo de Beja. O encontro em Sibiu foi também uma oportunidade de partilha do trabalho que se faz por toda a Europa. Em Portugal este é o caminho desenvolvido, a dificuldade é saber “com que igrejas é que os imigrantes têm ligação”, refere D. António Vitalino que adverte para a importância de o relacionamento ser impulsionado de ambos os lados. “As suas igrejas têm também de procurar as igrejas de acolhimento”. A área social e económica foram abordadas, pois são também vias de integração. Cursos de línguas, ajudas económicas, integração do agregado familiar, ajuda humanitária em caso de ilegalidade – o Serviço Jesuita aos Refugiados é um dos exemplos desse trabalho, são alguns exemplos de uma vasta área que as migrações englobam. “Há muito trabalho a fazer nesta área”, aponta o Presidente da Comissão Episcopal das Migrações, que aponta a importância de “se continuar a reflectir sobre esta problemática”. Trabalhar com os países de origem e procurar que enviem colaboradores que falem a mesma língua e que conhecem os problemas foi um dos caminhos apontados em Sibuiu, onde se chamou também a atenção para quer nos países de origem “as igrejas preparem as famílias e os imigrantes para evitar alguns problemas como a clandestinidade”.