Caminhos para o ecumenismo

Chegou ao fim a III Assembleia Ecuménica Europeia (AEE), encontro histórico que reuniu até este Domingo, na cidade romena de Sibiu, mais de 2000 delegados em representação dos cristãos católicos, ortodoxos, protestantes e anglicanos do Velho Continente. Seguindo a tradição destes grandes encontros, os participantes adoptaram uma Mensagem final, destinada às Igrejas, à Europa e ao mundo, com 10 recomendações para o futuro. Sobre a questão da unidade dos cristãos, a AEE pede que as Igrejas e comunidades cristãs renovem a sua missão comum de “anunciar Jesus como a luz e o salvador do mundo”. Num âmbito mais concreto, prosseguiu a discussão sobre o reconhecimento comum do Baptismo, âmbito em que muitos avanços têm sido feitos, mas onde não existe acordo total. O texto pede ainda mais espaço para as orações e peregrinações ecuménicas, recomendando que as Igrejas procuram “a plena participação de todo o Povo de Deus”, incluindo “os jovens, os idosos, as minorias étnicas e as pessoas com deficiências” e valorizando os contributos positivos das comunidades de imigrantes em cada país. A Mensagem reafirma uma série de orientações que já existem para a cooperação e interacção dos cristãos na Europa, a Charta Oecumenica, considera um recurso “estimulante” para a jornada ecuménica. O texto da mensagem final percorre os mais diversos problemas que se colocam hoje ao ecumenismo: os problemas doutrinais no seio das Igrejas, os desafios que a Europa enfrenta e as questões da globalização. Os signatários – onde se inclui uma delegação portuguesa – mostram a sua firme convicção de que “a família cristã alargada deve enfrentar as questões doutrinais e procurar um consenso mais amplo em relação aos valores morais derivados do Evangelho”. No documento pede-se também “um estilo de vida credível, que testemunhe na alegria a luz de Cristo no nosso exigente mundo laico moderno, tanto na esfera privada como na pública”. Manifestando um apoio explícito aos objectivos de desenvolvimento do Milénio da ONU e às iniciativas que visam o perdão da dívida externa e o comércio justo, a Assembleia exorta as Igrejas e instituições da Europa a serem “corajosas”, defendendo a criação de um novo “processo consultivo” sobre o papel europeu relativamente à justiça ecológica, os direitos humanos e outros temas da globalização. Na sua recomendação mais específica, a AEE propõe que o período que vai de 1 de Setembro a 4 de Outubro seja dedicado “à oração pela protecção da Criação e à promoção de estilos de vida sustentáveis” como contribuição para inverter a tendências das alterações climáticas. Foto: CCEE-CEC/Ag. Siciliani Notícias relacionadas Cristãos enfrentam desentendimentos

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