Nuno Álvares Pereira mais perto da Canonização

O prefeito da Congregação para as Causas dos Santos, Cardeal Saraiva Martins, revelou que o processo de Canonização do Beato Nuno de Santa Maria – D. Nuno Álvares Pereira -, é aquele que se encontra em fase mais adiantada entre odos os processos portugueses (mais de 2200) em análise no Dicastério da Cúria Romana a a que preside. Em entrevista ao Correio da Manhã, o Cardeal português referiu que o processo, da responsabilidade da província portuguesa da Ordem do Carmo, está “no bom caminho”. D. Saraiva Martins explicou ao CM que “a Comissão Histórica da Congregação vai estudar as conclusões da comissão nacional sobre a interrupção ou não do culto ao Beato Nuno ao longo dos séculos”. Se essa análise for positiva, explica, passa então para análise dos teólogos. Na mesma entrevista, o Cardeal referiu que o processo de canonização da Beata Joana de Aveiro “como que estagnou”. “Parece-me que tem havido algum desinteresse por parte dos postuladores. Foi pena porque, em tempos, cheguei a pensar que estávamos perante um caso com todas as possibilidades de elevar à santidade”, apontou. Processo com história O processo de canonização do Beato Nuno de Santa Maria, D. Nuno Álvares Pereira, foi reaberto no dia 13 de Julho de 2003, nas ruínas do Convento do Carmo, em Lisboa, com a sessão solene presidida por D. José Policarpo. O Cardeal-Patriarca de Lisboa definiu nessa celebração o Beato Nuno de Santa Maria como um modelo a seguir por todos os que exercem funções de responsabilidade. “Ele é um exemplo de um cristão que exerceu as suas missões civis com a coerência de um cristão” e, por isso, um modelo a seguir por todos os que exercem funções de responsabilidade, sejam elas civis ou militares, sublinhou. A história deste processo já poderia ter conhecido o seu epílogo quando em 1947 o papa Pio XII se manifestou interessado em canonizar o Beato português por decreto. O estado lastimável de uma Europa destruída pela II Guerra Mundial fez, porém, com que a Igreja portuguesa recusasse este motivo de festa. Trabalhos levados a cabo pelos Cardeais Patriarcas de Lisboa D. José III (1883-1907) e D. António I (1907-1929), secundados pela Ordem do Carmo, culminaram com o Decreto da Congregação dos Ritos “Clementissimus Deus” de 15 de Janeiro de 1918, ratificado e aprovado pelo Papa Bento XV em 23 do mesmo mês e ano. Esses trabalhos, retomados pelo Episcopado Português, culminaram com a já referida permissão de Pio XII para que o processo da canonização prosseguisse. Mais recentemente consultada, a Congregação para as Causas dos Santos foi de parecer que sobre a concessão de Pio XII se elaborasse a continuação do processo respectivo. A Conferência Episcopal Portuguesa, na sua Reunião Plenária de 5-8 de Maio de 2003 em Fátima, deu parecer favorável por unanimidade à continuação do processo.

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