Bispo Auxiliar de Braga deixa apelo à oração e à prática cristã

Ontem, a freguesia e paróquia de Balugães, no extremo Norte do concelho de Barcelos, abriram os braços para acolher os muitos milhares de peregrinos que subiram ao monte para rezarem e agradecerem a Nossa Senhora Aparecida as graças recebidas. A celebração eucarística foi presidida por D. Antonino Dias, bispo auxiliar de Braga, que fez um forte apelo à oração e à prática cristã. Muitos peregrinos começaram a chegar muito cedo ao santuário, ocupando os melhores lugares no recinto. Mas a peregrinação organizada demorou mais de duas horas a fazer o percurso desde a capelinha de São Bento até ao santuário. As paróquias de Carvoeiro e Barroselas, ambas da diocese de Viana do Castelo, deram o carácter interdiocesano à peregrinação. As paróquias, representadas pelos respectivos párocos e apoiadas pelos movimentos pastorais, nomeadamente a catequese e os escuteiros, estes em festa do centenário da fundação, fizeram a procissão, cantando, rezando e reflectindo. No alto da Senhora Aparecida, um sacerdote carmelita dava as boas-vindas a cada uma das “delegações de fé”, registando, com agrado, o fim das rivalidades entre as paróquias e a elevação, fé e devoção como foi feita a peregrinação. A multidão recebeu a imagem de Nossa Senhora com vivas, cânticos e acenos com bandeirinhas, feitas propositadamente para o dia, e ao som dos sinos. D. Antonino Dias disse aos presentes que até admira quem faz as longas caminhadas a pé a Fátima ou a qualquer outro santuário para cumprir promessas. Mas lembrou que Nossa Senhora, quando apareceu aos pastorinhos, nunca pediu que os cristãos fizessem grandes percursos de joelhos ou descalços. Antes pediu que rezassem o terço todos os dias, em família. A Senhora Aparecida disse também que muitos não se salvam porque não tem quem reze por eles. Assim, aproveitando o tema do plano pastoral da Arquidiocese de Braga para 2006- -2007 – “Família solidária” –, o Bispo Auxiliar fez um forte apelo a que todos rezem uns pelos outros, em sinal de solidariedade para a salvação das almas. «Temos a família que não reza, a esposa que não reza pelo marido, os esposos que não rezam uns pelos outros, os cristãos que não rezam uns pelos outros, os jovens que fizeram toda a catequese e que hoje já não rezam. Vir à montanha, à peregrinação, implica deixar fazer eco da mudança. Lá em casa, todos querem gritar mais alto, porque pensam que assim é que têm razão; não se respeitam, os cônjuges que não se falam, não dialogam, que amuam e não dão explicação por isso». D. Antonino Dias pediu aos que peregrinaram até ao santuário da Senhora Aparecida, que «descessem por outro caminho» como fizeram os Reis Magos, depois de visitarem Jesus recém- nascido. Isto é, não faz sentido ir à peregrinação, rezar, cantar, ouvir a palavra de Deus e cumprir promessas, para depois, em casa, no trabalho, nas acções do dia-a-dia, os cristãos se comportarem como se não conhessem Cristo. O Bispo Auxiliar de Braga referiu que a Assunção de Maria é um acontecimento que nos interessa de perto, «precisamente porque cada homem é destinado a morrer. Todavia, a morte não é a última palavra. É a passagem para a vida, ao encontro do amor. É a passagem para a bem aventurança celestial, reservada a quantos se empenham em prol da verdade e da justiça, esforçando- -se por seguir Cristo».

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