Igreja atenta às mudanças nas migrações

O presidente da Comissão Episcopal da Mobilidade Humana (CEMH) elogiou ontem a nova Lei da Imigração, referindo que a mesma clarifica os processos de regularização dos imigrantes. D. António Vitalino, Bispo de Beja, falava ontem na Missa que marcou o início da 35ª Peregrinação dos Migrantes e Refugiados a Fátima. “A nova lei da imigração e o ante-projecto de regulamentação em curso vieram trazer alguma clareza nos procedimentos, sobretudo na concessão de residência e no reagrupamento familiar, mas ainda há um longo caminho a percorrer, não apenas em Portugal, mas na comunidade europeia e no mundo mais desenvolvido”, referiu o prelado na sua homilia. Este responsável defendeu que “não podemos admitir que se veja nos migrantes apenas a vantagem da sua mão de obra, o seu saber, à custa das suas famílias e da solidariedade entre os povos. Sem esta, sem oração, sem amor e sem desenvolvimento justo de todos os povos, não poderá haver paz no mundo”. Antes, na conferência de imprensa em que foi apresentada a Peregrinação, D. António Vitalino considerara que o aumento substancial dos emigrantes portugueses se deve à crise económica do país. “A instabilidade laboral e económica que se vive no nosso país leva a que muito casais jovens optem por emigrar”, afirmou o prelado, recordando que esta subida da emigração tem contribuído para o aumento das comunidades lusófonas em países que não tinham grande tradição de receber portugueses. “A mobilidade humana deve tocar a Igreja”, cabendo aos bispos das dioceses de acolhimento a “grande responsabilidade” para a integração social e económica dos imigrantes, acrescentou.

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