Vaticano defende uso da energia nuclear para fins pacíficos

O Vaticano considera que existem hoje em dia os pressupostos “para uma política energética integrada”, que contemple a energia nuclear, ao lado de formas da chamada energia limpa. O Cardeal Renato Martino, presidente do Conselho Pontifício Justiça e Paz (CPJP), referiu à Rádio Vaticano que não se deve impedir “a aplicação pacífica da tecnologia nuclear no campo agrícola, medicinal e energético”. O Cardeal comentava a intervenção do Papa, no Angelus do passado Domingo, sobre o uso pacífico da energia nuclear, rejeitando as armas atómicas e destinando a verba das despesas militares ao desenvolvimento dos países pobres. Conhecendo as objecções que se levantam a propósito da energia nuclear, o presidente do CPJP sublinha a necessidade de assegurar “a segurança das instalações e dos depósitos” e de “regulamentar de maneira severa a produção, distribuição e o comércio da energia nuclear”, como premissas de uma política energética integrada. “Excluir a energia nuclear por uma questão de princípio, ou então por medo dos desastres poderia ser um erro e em alguns casos conduz a efeitos paradoxais”, apontou. O Cardeal Renato Martino não esquece os desastres nucleares, mas considera que é tempo de “formular correctamente a questão e de fixar com racionalidade os pontos fundamentais de uma hipotética política nuclear”, considerando precisamente a complexidade da matéria. O presidente do Conselho Pontifício Justiça e Paz recordou a posição da Santa Sé, sempre contrária ao nuclear militar, insistindo num desarmamento cada vez mais decidido, que deve ser alargado ao sector químico, biológico e das armas convencionais. “O equilíbrio do terror não garante a paz, pelo contrário, é uma ameaça para a família humana”, indicou. (Com Rádio Vaticano)

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