Sacerdotes do Porto em bodas de ouro e de prata sacerdotais

Nove sacerdotes ordenados no Porto em 1957 completam este ano 50 anos de sacerdócio. Dois sacerdotes completam também 25 anos da sua ordenação. Voz Portucalense solicitou a todos eles um testemunho sobre esta efeméride da sua vida sacerdotal, e a D. Manuel Clemente solicitou uma mensagem e saudação, para ser a presença do Bispo da Diocese nesta circunstância festiva das suas vidas. Mensagem de D. Manuel Clemente, Bispo do Porto A Sagrada Escritura fala-nos insistentemente na fidelidade de Deus, apontando-a porventura como a sua melhor definição: antes, durante e depois de cada acontecimento da história pessoal ou colectiva, Deus é, igual a si próprio e à sua misericórdia para connosco. É fiel à sua aliança e, em Cristo, une a fidelidade divina com a humana, finalmente congraçadas. Desta fidelidade nasce a Igreja, enquanto corpo de Cristo, no seu Espírito. Por isso também, a melhor nota da Igreja, em si mesma e face ao mundo, é a da fidelidade. Por isso ainda, a fidelidade da Igreja é sobremaneira suscitada e mantida pela  fidelidade dos seus ministros, nisso mesmo sacramentos da fidelidade  de Deus para com o seu povo. É o que reconhecidamente saúdo nos irmãos sacerdotes que agora celebram as suas bodas sacerdotais. Boda de Cristo e da Igreja, neles activada em vidas entregues a Deus e aos irmãos. Vitórias da graça divina, que neles sustenta a marcha dos dias e dos anos, em sucessivas vitórias de fidelidade e serviço. Comigo, é toda a Igreja do Porto que lhes agradece e beija reverentemente as mãos, pelas quais Jesus Cristo dispensou, dispensa e dispensará tantas graças de salvação e vida. Graças a Deus por eles, graças a Deus pelos nossos sacerdotes! D. Manuel Clemente Testemunhos P. Carlos de Sousa Ribeiro Fui coadjutor durante os três primeiros anos em Cedofeita, no Porto. Depois fui durante dez anos pároco de Ferreira, no concelho de Paços de Ferreira; durante três anos fui pároco da Sé, no porto; e durante trinta e dois anos, pároco da então vila e agora cidade de Paços de Ferreira. Actualmente dispensado da paroquialidade por razões pessoais, vivo na minha casa, na minha terra natal, em Arouca, e vou colaborando enquanto puder com os párocos desta vigararia. Dou graças e Deus por tudo e aguardo com serenidade o restante. O P. Carlos de Sousa Ribeiro nasceu em 15 de Outubro de 1933, e foi ordenado em 4 de Agosto de 1957. P. António de Queirós Alves Nasci em 27 de Fevereiro de 1934, em Soalhães, Marco de Canaveses. Fui ordenado em 4 de Agosto de 1957, por D. António Ferreira Gomes. Estive em Paranhos, no Porto, dois anos como coadjutor, e como pároco de Vila Cova, em Penafiel, durante quatro anos. Desde Outubro de 1963 sou pároco de Jazente e Padronelo, no concelho de Amarante. Em Dezembro de 1969 acumulei as freguesias de Gouveia (S. Simão) e Carvalho de Rei, e fiquei a ser pároco de Jazente, Padronelo e Carvalho de Rei. Bodas de Ouro Sacerdotais do P. Albino Fernandes MANUEL PAIVA No dia 4 de Agosto de 1957, foram ordenados, além de outros, 8 presbíteros, ainda vivos, e que estão a celebrar, este ano, as suas «Bodas de Ouro Sacerdotais». Um deles foi o P. Albino de Almeida Fernandes, nascido em Chave, concelho de Arouca, em 27 de Janeiro de 1934. Logo no dia da ordenação disse ao seu bispo que desejava ser pároco. Assim: em contacto directo com a alma do povo!… E um mês depois iniciou as suas lides pastorais na aspereza das serras de Cabreiros e de Albergaria das Cabras (hoje Albergaria da Serra). Isolado, sem electricidade, sem água em casa, sem estradas, sem telefone, o P. Albino temperou o seu carácter por entre ribanças, penhascos e caminhos de cabras, no meio de gente rude que nada tinha a não ser o duro trabalho e um bom coração! E viveu feliz onde nada possuía. Apenas lhe sobrava a paixão de servir o povo, e a graça de sentir a voz de Deus na majestade cósmica da natureza. E aí dedicou-se logo à transmissão da Mensagem do Evangelho, organizando a catequese das crianças e criando grupos de jovens, tanto quanto os escassos meios o permitiram. Em 1963 foi nomeado Pároco de Milheirós de Poiares. A sua primeira preocupação foi estudar as orientações do Vaticano II, procurando aplicá-las, o que lhe valeu a fama de «Padre progressista». Naquele tempo isso «cheirava» a política revolucionária!… Mas conseguiu conquistar as crianças, os jovens e também os adultos. O seu método pastoral foi sempre o mesmo: Sonhava e criava as iniciativas, incentivava os grupos de paroquianos a assumir responsabilidades, e ficava na penumbra para que eles vivessem as iniciativas como suas, depois de bem preparados. O P. Albino foi sempre uma presença tão contínua quanto recatada. Em tudo. A participação do povo cresceu. Semente que, lançada, se desenvolveu. E aquela comunidade transformou-se numa igreja viva, marcada pela acção discreta do P. Albino. Em 1997 foi nomeado Pároco da então vila de Oliveira de Azeméis. Ali encontrou, na igreja, uma comunidade quase só de idosos. Havia que chamar as crianças, cativar os jovens, mas sem deixar de atingir os adultos. Missão a exigir uma quase aventura!… Começou pela base: as crianças. Elas acorreram aos apelos e, com elas, vieram também os pais. E catequistas? O grito, muitas vezes por ele repetido, era este: «Temos 30 catequistas, mas precisamos de 130!». Hoje são muito mais! Mas todos os e as catequistas tiveram uma séria e prolongada preparação em vários Cursos de Iniciação e Cursos Complementares. A grande e mais evidente acção do P. Albino foi a conquista dos jovens, sobretudo através dos célebres Acampamentos. Esta foi a sua grande paixão, porque ele sabia que perder um jovem é comprometer o futuro da sociedade e da Igreja. Hoje a paróquia tem um grande número de Movimentos e Grupos de trabalho pastoral, social e caritativo, para além de todas as estruturas necessárias ao apoio de uma eficaz pastoral. O P. Albino confessa-se feliz na sua vida de Pastor de almas. Sempre feliz e sorridente. Sem medo de avançar e de deixar que os grupos avancem por seu pé! A comunidade forma uma família que o apoia, que admira a sua simplicidade, o seu desprendimento, a sua entrega sem limites a todos. Nunca esta paróquia realizou tantas obras materiais (Nova Residência, Centro Social Paroquial com suas diversas valências, restauro da igreja, e da sua preciosa talha e imagens, do Santuário de Nª Srª de La Salette, etc.), mas sempre, e em 1º lugar, as inúmeras iniciativas de ordem espiritual e caritativa que fazem desta paróquia um modelo de vivência cristã. Na Liturgia, no canto e na vida prática. Com os colegas tem mantido sempre uma posição de respeito, de colaboração e de defesa do bom-nome de todos. Sempre pronto a ajudá-los. Mas também nenhum lhe regateia ajuda, quando dela precisa. Nos 30 anos à frente desta paróquia, já deixou nela a marca de Pastor que sabe viver a sua missão sacerdotal. O P. Albino de Almeida Fernandes e foi ordenado em 4 de Agosto de 1957. P. Elias da Silva Rocha Durante estes meus cinquenta anos de sacerdócio cumpri o mandato do Senhor Jesus na última ceia, mandato esse que me foi transmitido pelo meu Bispo no dia da minha Ordenação: Isto é o meu Corpo; isto é o meu Sangue. Todas as vezes que isto fizerdes, fazei-o em minha memória. Estou a viver o meu jubileu sacerdotal. Dou graças a Deus por me ter chamado ao sacerdócio ministerial. Dou graças e Deus pela minha fidelidade ao seu apelo, recebido do meu bispo no dia da ordenação. Dou também graças a Deus por me ter sentido feliz nesse chamamento. Se me perguntarem por que é que sou padre, não sei responder; a vocação é um mistério, por isso inexplicável. O Senhor chamou-me e eu senti-me bem, por isso tenho permanecido durante estes cinquenta anos ao seu serviço. P. Elias da Silva Rocha, pároco de Pindelo, Oliveira de Azeméis. O P. Elias Rocha nasceu em 1 de Março de 1934 e foi ordenado em 4 de Agosto de 1957. P. Joaquim de Oliveira e Silva Sevilha Depois da Ordenação (em 13 de Outubro de 1957), a primeira missão pastoral que me foi confiada foi a de coadjutor em S. João da Madeira. Como era costume nesse tempo, ser coadjutor era uma situação transitória, espécie de estágio junto de um pároco experimentado. Lá passei o ano de 1958 (ano da eleição do Papa João XXIII ) coadjuvando o Rev. P.e Moura de Aguiar nas tarefas pastorais em geral, tendo em particular a função de assistente dos rapazes da JOC. Em 1959 (Janeiro ) assumi o encargo pastoral da paróquia de Milhundos, onde permaneci três anos. Aqui mantive uma colaboração continuada num semanário de Penafiel com um comentário do Evangelho de cada Domingo. Dei atenção particular à catequese na paróquia e colaborei, a nível vicarial, na formação de catequistas. Daí, talvez, o ter sido abordado pelo P. Soares Jorge para o coadjuvar no Secretariado Diocesano da Catequese. Acabei por aceitar a nomeação, deixando então a paróquia. Ao mesmo tempo assumi aulas de Religião e Moral no Liceu de Alexandre Herculano no Porto, no ano lectivo de 1961-62, (passando depois para a secção de Gaia do mesmo liceu e, mais tarde, para o Liceu Nacional de Vila Nova de Gaia inaugurado em 1966). No Secretariado Diocesano da Catequese (até Setembro de 1964) acompanhei Cursos de Formação para Catequistas, onde também dei aulas, e colaborei na edição da Revista Mensagem. Depois de uma breve passagem pelo Seminário de Vilar, fui nomeado para a Acção Católica, primeiro com Assistente Diocesano da JECF (desde Outubro de 1966 até 1969) e, mais tarde, como Assistente Diocesano da LEC/MEC durante largos anos. Ao mesmo tempo, assistente de uma Equipa de Casais de Nossa Senhora desde 1962, acompanhei depois outras duas equipas e várias actividades do Movimento. Colaborei também assiduamente nos Cursos de Preparação para o Matrimónio até 2005. Na condição de professor de E.M.R.C (estive 36 anos no ensino até à reforma em 1997), estive durante alguns anos (a partir de 1975) a coordenar a Equipa do Secretariado Diocesano do Ensino da Igreja nas Escolas e colaborei na elaboração de programas e compêndios para a disciplina. Trabalho presentemente na Secretaria do Tribunal Eclesiástico do Porto. P. MANUEL MOREIRA DE PAIVA A Paróquia de S. Veríssimo de Valbom promove de 28 de Julho a 4 de Agosto a comemoração das Bodas de Ouro Sacerdotais do seu Pároco, P. Manuel Moreira de Paiva. No dia 28 de Julho, a partir das 17 h, haverá uma exposição de trabalhos das crianças da Catequese sobre as vocações sacerdotais com o tema “Jesus, o Bom Pastor”, a inauguração oficial do Museu São Veríssimo e Eucaristia, às 19 h, animada pelos adolescentes e jovens. No dia 31 de Julho, às 21h30 na igreja paroquial, será apresenta da uma palestra sobre “O ministério sacerdotal” pelo P. Dr. Jorge Madureira Soares. No dia 1 de Agosto, às 21h30 no salão polivalente do Centro Paroquial, o P. Dr. José Maia falará sobre “A vertente social da evangelização”. No dia 2 de Agosto, às 21h30 na igreja paroquial, haverá noite de oração pelo Pároco e pelos ministros ordenados da Igreja com orientação da Comunidade Canção Nova. No dia 4 de Agosto, às 16h30 na igreja paroquial, solene concelebração com animação pelos grupos corais da paróquia. Ao fim da tarde, no salão polivalente do Centro Paroquial, bênção da primeira pedra da segunda fase do Lar Paroquial. Seguir-se-á um jantar com convidados. O P. Manuel Moreira de Paiva é pároco de Valbom desde 2 de Fevereiro de 1971. Ao longo destes 36 anos promoveu uma notável acção na vertente sociocaritativa: Construção do Centro Social e Cultural da Paróquia de Valbom com diversas valências, uma Casa para Deficientes, etc. Reconstruiu e alargou a igreja paroquial e promoveu obras de conservação nas capelas que servem de centros de culto. Por sua inciciativa, foi construída a actual residência Paroquial, a capela da Ressurreição, Salas para Catequese e o Museu São Veríssimo. Aos outros sacerdotes de quem não pudemos obter por agora o seu testemunho, apresentamos igualmente os votos de continuação de fecunda actividade pastoral na Igreja diocesana.

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