João Paulo II pede ajuda da comunidade internacional para África

Cerimónia de canonização de três “santos missionários” motivou o Papa a falar da missão ad gentes João Paulo II presidiu ontem à cerimónia de canonização de Arnold Jansen, fundador da Congregação do Verbo Divino, José Freinademetz, da mesma Congregação, e Daniel Comboni, fundador dos Missionários Combonianos. A figura destes “santos missionários” foi aproveitada pelo Papa para manifestar, uma vez mais, a sua preocupação pelo Continente Africano. “Terra rica em recursos humanos e espirituais, a África continua marcada por tantas dificuldades e problemas. Possa a comunidade internacional ajudá-la activamente a construir um futuro de esperança”, referiu num apelo dirigido à São Daniel Comboni. Por isso, perguntou, como não olhar “com afecto e preocupação para aquelas queridas populações”? A presença de um coro de Cartum, capital sudanesa onde o próprio Daniel Comboni sediou a sua missão, foi aliás uma das notas salientes da celebração de ontem. O coro, com uma veste tradicional em tons de amarelo e azul, animou a cerimónia em diversas ocasiões, sempre aplaudido após cada cântico. A homilia do Papa fez ainda uma referência aquela que deve ser a principal tarefa das missões: “A primeira tarefa dos institutos missionários é a missão ad gentes, que não deve ser preterida por nenhum outro compromisso, mesmo que necessário, de carácter social e humanitário”. A primazia do anúncio de Jesus sobre outras intervenções de promoção humana e o exemplo de inculturação dado pelos novos santos foram pontos fundamentais da homilia em que o Papa não conseguiu proferir a parte escrita em alemão. João Paulo II afirmou, no final da Missa, que, “se Deus quiser”, estará amanhã em Pompeia ao Santuário de Nossa Senhora do Rosário. Nesta cidade, situada junto a Nápoles, a menos de 200 quilómetros a sul de Roma, o Papa cumprirá aquela que é a 143ª deslocação dentro de Itália. Em Pompeia está aquele que é, a par do Loretto, o mais importante santuário de Itália dedicado à Virgem Maria. A condição física do Papa era uma das principais preocupações na longa da celebração de duas horas e meia, em que a multidão de perto de 40 mil pessoas fez questão de manifestar o seu afecto pela figura de João Paulo II, irrompendo em aplausos quando este surgiu diante do altar e, depois, no final da cerimónia. Com a cerimónia de ontem, passam a 476 os santos já proclamados por João Paulo II, num total de 50 cerimónias. Além desses, deve acrescentar-se mais uma confirmação do culto de um santo já canonizado popularmente. Ao longo dos 25 anos de pontificado, o Papa fez um total de 141 cerimónias para declarar 1314 novos beatos, dos quais 1031 são mártires.

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