Medidas de apoio à natalidade são insuficientes

D. António Carrilho, apesar de saudar os apoios, indica que são «pontuais» e não resolvem problemas das famílias O governo aprovou, com entrada em vigor a partir de 1 de Setembro, medidas de apoio à natalidade, e que pela primeira vez, vão subsidiar as mulheres grávidas. A partir do quarto mês de gravidez, as grávidas passam a receber um abono pré-natal que, em função do seu rendimento, pode oscilar entre 130 euros ou 32 euros mensais, apoio prestado durante os restantes seis meses que antecedem o parto. O ministro do Trabalho e da Solidariedade, Vieira da Silva, estimou que 60 mil famílias, ou seja, 60% das mães que anualmente dão à luz cerca de 100 mil bebés, deverão ser beneficiadas, com prestações acima dos 100 euros. Medidas anunciadas recentemente e saudadas, no geral, por D. António Carrilho, pois “mostram alguma sensibilidade para estas questões”. O Presidente da Comissão Episcopal e do Laicado e da Família, no entanto, deixa claro que “os principais juízes da importância e valor das medidas tomadas, pertence às famílias que se manifestam através das associações”, indica em declarações à Agência ECCLESIA. Mas D. António Carrilho aponta também que “apesar de ter aspectos positivos, talvez não sejam medidas suficientes e necessárias”, pois “não são apenas os abonos e os subsídios que resolvem o problema”, indicando que para um quadro global, são necessárias “medidas extensivas a muitos aspectos que não são considerados”. As associações de famílias têm “por diversas vezes” chamado a atenção para as questões da fiscalidade “e não para subsídios e apoios pontuais, mas para um suporte mais consistente”. O Presidente da Comissão Episcopal e do Laicado e da Família recomenda que as associações façam a sua apreciação e manifestem o seu parecer. As sugestões e propostas que nascem daqueles que “sentem na pele os problemas, são importantes e devem ser escutadas”, pois “há vozes que há muito tempo apontam estas questões”, indica, acrescentando que “a questão económica não é tudo”. O apoio deve passar por muitas áreas. A legislação laboral, a adopção, a educação “nomeadamente o tempo que os pais dispõem para estar com os filhos mas também os custos que a educação actualmente exige”. D. António Carrilho considera importante reflectir sobre as “condições proporcionadas pelas IPSS com a possibilidade de os pais de escolherem o projecto educativo a dar aos filhos”, nesse sentido não se trata de um simples apoio estatal, mas “efectivar a possibilidade de as famílias optarem dentro do princípio de liberdade de aprender e ensinar, e poderem encontrar os apoios noutras instituições que não as do Estado”. Refutando qualquer juízo de valor, D. António Carrilho manifesta, de qualquer forma, que se esta é uma medida do governo, que entra em vigor para responder a quem é contra à entrada em vigor da lei do aborto, “se assim é tenho pena”. O Presidente da Comissão Episcopal e do Laicado e da Família aponta a “coincidência, pois muitas vezes estas questões foram apontadas e só agora foram ouvidas”. Mais importante é que os sinais “emitidos fossem para a defesa total da vida, em todas as circunstâncias”. Finalizando, o também Bispo do Funchal manifesta o seu desejo de que “estas medidas possam responder às necessidades e preocupações da população mas ainda se pode fazer mais em termos globais e de forma regular”.

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Agência ECCLESIA

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