Daniel Serrão propõe que os dados sejam analisados para estruturar acções de prevenção e destaca objectores de consciência Daniel Serrão, membro Academia Pontifícia para a Vida, propõe à Direcção-Geral de Saúde que se registe cada aborto realizado em Portugal, “como se se tratasse de uma investigação clínica”, onde os resultados seriam “avaliados, cientificamente, ao fim de algum tempo”. Isto mesmo se pode ler num artigo de opinião que o membro Academia Pontifícia para a Vida enviou à Agência ECCLESIA – leitura na integra disponível em Jornal de Opinião. “Excluindo a identificação da mulher, tudo o mais deve ser registado, nomeadamente a idade, estrato social, nível de instrução, tipo de conjugalidade, número de filhos, número de abortamentos já efectuados antes, motivo invocado para solicitar o abortamento, idade do feto, tipo de abortamento praticado, tempo de internamento, avaliação pós abortamento, física, psíquica e emocional”, escreve o médico, acrescentando que com base nestes resultados seria possível estruturar as acções de prevenção. O aborto é visto como um «acto médico» “banal e corrente, que vai ser praticado aos milhares pelos Serviços de Obstetrícia do Serviço Nacional de Saúde e a grande preocupação é se os ditos serviços têm capacidade para atenderem todas essas mulheres em tempo útil e em boas condições técnicas”. Daniel Serrão afirma que “haverá sempre médicos que praticarão abortamentos sem justificação nem indicação médica”, mas o médico destaca “os muitos que, com o esperado respeito pela sua dignidade profissional farão, em cada caso, objecção de consciência à prática de um acto que lhes repugna”. A situação do abortamento em Portugal será “um case study, embora pelas piores razões”, aponta.