Dominus Iesus, parte II?

Congregação para a Doutrina da Fé vai apresentar »Respostas a dúvidas sobre alguns aspectos relativos à doutrina sobre a Igreja» A sala de imprensa da Santa Sé anunciou hoje que no próximo dia 10 de Julho será publicado um documento da Congregação para a Doutrina da Fé, intitulado “Respostas a dúvidas sobre alguns aspectos relativos à doutrina sobre a Igreja”. Bento XVI recebeu hoje em audiência o Cardeal William Joseph Levada, prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, e o documento deverá ter estado no centro da conversa. Segundo a agência I-Media, especializada em notícias do Vaticano, este documento da Congregação para a Doutrina da Fé deve seguir a linha da declaração “Dominus Iesus” do ano 2000, assinada pelo então Cardeal Joseph Ratzinger. Ali se defendia a unicidade e a universalidade salvífica de Jesus Cristo e da Igreja: “existe uma única Igreja de Cristo, que subsiste na Igreja Católica, governada pelo Sucessor de Pedro e pelos Bispos em comunhão com ele” (n.º 17). O novo documento deverá combater “o relativismo eclesiológico” e retomar a questão em volta da expressão “subsistit in”, presente no número 8 da Constituição Dogmática Conciliar “Lumen Gentium”: a “Igreja, como sociedade constituída e organizada neste mundo, subsiste [subsistit in] na Igreja Católica”. Segundo a “Dominus Iesus”, o Concílio Vaticano II “quis harmonizar duas afirmações doutrinais: por um lado, a de que a Igreja de Cristo, não obstante as divisões dos cristãos, continua a existir plenamente só na Igreja Católica e, por outro, a de que «existem numerosos elementos de santificação e de verdade fora da sua composição», isto é, nas Igrejas e Comunidades eclesiais que ainda não vivem em plena comunhão com a Igreja Católica” (n.º 16). O número 22 desta declaração, por outro lado, indicava que “com a vinda de Jesus Cristo Salvador, Deus quis que a Igreja por Ele fundada fosse o instrumento de salvação para toda a humanidade” (itálico no texto oficial). “Esta verdade de fé nada tira ao facto de a Igreja nutrir pelas religiões do mundo um sincero respeito, mas, ao mesmo tempo, exclui de forma radical a mentalidade indiferentista «imbuída de um relativismo religioso que leva a pensar que ‘tanto vale uma religião como outra’»”, escrevia o então Cardeal Ratzinger.

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