Ordem Hospitaleira com novos desafios

Intervenção na área da Psiquiatria e da Saúde Mental exige atenção permanente às mudanças Chegouao fim o XXVI Capítulo Províncial da Ordem Hospitaleira de S. João de Deus, onde foi eleito como Superior da Província Portuguesa o Ir. José Augusto Gaspar Louro. Em declarações ao Programa ECCLESIA, assinala que recebe esta escolha como “um desafio”. Juntamente com um novo governo provincial, promete dar “o nosso melhor, seguindo o lema do próprio capítulo”. De 11 a 15 de Junho, em Lisboa, os participantes nesta assembleia debateram o tema “Paixão pela hospitalidade de São João de Deus, hoje, no mundo”. O novo Provincial nasceu em 1961, em Alcaravela, no concelho do Sardoal. Já desempenhou vários cargos ao longo dos últimos anos, tendo no último triénio sido Director da Casa de Saúde S. João de Deus de Barcelos e Ecónomo Provincial. Para o Ir. José Augusto Gaspar Louro, os principais desafios passam pela vida em comunidade e pela missão hospitaleira, num contexto de “mudança” na área da saúde mental, campo privilegiado de acção dos Irmãos, a que se juntam esforços na alcoologia, toxicodependência, cirurgia e ortopedia, prestação de cuidados em geriatria e sem-abrigo. O novo provincial admite que os Irmãos são “cada vez menos”, pelo que deve existir capacidade para “confiar nos leigos”, algo que considera “um grande desafio para a província”. Já há seis anos existem leigos como directores dos Centros Assistenciais e o balanço do religioso é “muito positivo”. Ao longo de três meses, uma empresa de consultores realizou um estudo na província, que foi apresentado no Capítulo, a que se junta o trabalho realizado pelos grupos, durante estes dias. Segundo o Superior Geral da Ordem de São João de Deus, o irmão Donatus Forkan, este é um momento “muito importante” para a Província e para a Ordem, em todo o mundo, lembrando as implicações da eleição de um novo provincial no Brasil e em Timor-Leste, onde há missões hospitaleiras. Este responsável sublinha o “enorme contributo” e o legado de 400 anos deixado pelos Irmãos, em Portugal, no cuidado pelos “mais marginalizados da sociedade”, os que sofrem de doença mental, que sofrem “pela falta de tratamentos e de reconhecimento, por parte da sociedade”. O Superior Geral lamenta a falta de “recursos humanos e financeiros” que impedem a Ordem de ir mais longe, na ajuda às pessoas com maiores necessidades, destacando a presença em 11 países de África, além da América Latina e da Ásia, onde se apresentam “desafios muito difíceis”. O Ir. José Paulo Simões Pereira, provincial ao longo do último triénio, considera que “foram dados passos importantes no sentido de nos aproximarmos das exigências actuais na área da saúde mental”. A Ordem Hospitaleira tem origem na acção e exemplo de vida de S. João de Deus, desde que em 1538, em Granada (Espanha), iniciou a nova maneira de tratar e acolher os pobres, os doentes e os necessitados, usando um espaço da Rua Lucena, naquela cidade. O seu exemplo arrastou outros homens que continuaram a sua obra, depois da sua morte, ocorrida em 08 de Março de 1550. Por isso, tendo pedido ao Papa S. Pio V a sua aprovação, este deu-a pelo Breve Licet ex Debito de 01 de Janeiro de 1572. Os Irmãos de S. João de Deus chegaram à terra natal do santo, Montemor-o-Novo, em 1606. Hoje, desenvolvem a sua missão em 8 Centros Assistenciais, com uma intervenção relevante na área da Psiquiatria, Saúde Mental e Reabilitação Psicossocial. O XXVI Capítulo Provincial da Província Portuguesa da Ordem Hospitaleira de S. João de Deus terminou com as considerações finais do Irmão Provincial, dos Conselheiros Gerais presentes, e com o discurso de encerramento do Irmão Superior Geral. O último acto foi a celebração da Eucaristia na qual participaram os Irmãos Capitulares, outros Irmãos da Comunidade e fora dela, Colaboradores da Sede do Instituto S. João de Deus e Cúria Provincial, e pessoas idosas assistidas no Lar S. João de Ávila.

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