Santa Sé e Vietname discutem restabelecimento de relações diplomáticas

Responsáveis do Vietname e do Vaticano discutiram na passada terça-feira um “mapa” para o restabelecimento de relações diplomáticas. Após décadas de tensão, houve uma rápida melhoria nas relações comuns nos últimos anos. “Temos uma oportunidade de fazê-lo mais tarde, mas também prevemos uma forma possível de chegar a relações diplomáticas”, disse D. Pietro Parolin, subsecretário do Vaticano para as relações com os Estados, em declarações citadas pela Reuters. Este responsável disse que a sua delegação também pediu informações às autoridades vietnamitas sobre o sacerdote Nguyen Van Ly, que foi condenado pelo regime de Hanoi a 8 anos de prisão, depois de ter sido considerado culpado de “propaganda contra o regime comunista”. Juntamente com ele, foram condenados dois homens e duas mulheres do Partido Progressista, com penas que variam de um ano e meio a seis anos de reclusão. O Pe. Van Ly era acusado de promover um movimento pela democracia, chamado “bloco 8406”, nascido em Abril do ano passado, com dois mil adeptos, e de apoiar grupos ilegais como o Partido Progressista do Vietname. O julgamento que condenou o sacerdote católico durou apenas um dia. “Recebemos uma resposta e registamo-la, porque queremos realmente saber o que está a acontecer”, disse o subsecretário do Vaticano para as relações com os Estados. No passado dia 25 de Janeiro, o primeiro-ministro do Vietname, Nguyen Tan Dung, realizou uma visita inédita ao Vaticano, classificada como “um passo importante para a normalização das relações bilaterais”. Essa foi a primeira vez que um chefe do governo de Hanoi se encontrou com o Papa para discutir a normalização das relações diplomáticas bilaterais, actualmente inexistentes. Delegações da Santa Sé já estiveram no Vietname por 14 vezes, a última das quais em Novembro de 2005, com uma comitiva liderada pelo Cardeal Crescenzio Sepe, prefeito da Congregação para a Evangelização dos Povos. Mais de 6 milhões de cristãos vivem no país asiático, com uma população de cerca de 80 milhões de pessoas. Neste país não existe presença estável de um Núncio Apostólico nem representante diplomático da Santa Sé.

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