Primeiro encontro de Bush e Bento XVI

Encontro no Vaticano envolto em expectativa. Iraque, China e Cuba serão temas possíveis no encontro de meia hora O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, encontra-se hoje com Bento XVI. A expectativa criada em torno deste encontro prende-se com a possibilidade de os dois conversarem sobre as divergências em relação ao Iraque e a questão da legalização do aborto. A conversa privada deve durar cerca de meia hora. O encontro pode ser, no entanto, rodeado de protestos previstos para a visita do Presidente norte americano a Roma. A posição de ambos converge em temas de ordem ética, sendo no entanto divergentes quanto à prática do aborto e da eutanásia,e ainda sobre a guerra no Iraque, conflito que já João Paulo II tentou evitar. “Os Estados Unidos são um grande país, e o presidente destaca-se por iniciativas positivas em favor da defesa da vida desde a concepção”, manifestou o Cardeal Tarcisio Bertone, secretário de Estado do Vaticano, recentemente a um jornal italiano. Contudo, ele citou o Iraque como um dos “problemas que permanecem” e sugeriu a possibilidade desta questão ser discutida pelo Papa e por Bush, a par da minoria cristã que vive no país. “Os cristãos locais vivem um momento dificilíssimo. O problema dos cristãos perseguidos repete-se em todas as épocas históricas e hoje não apenas no Iraque. A questão crucial é a tentativa de fazer guetos da comunidade cristã iraquiana, contra a qual é necessário oposição com toda a força”, declarou o secretário de Estado do Vaticano. O presidente dos Estados Unidos afirmou a um jornal italiano neste mês, que a sua intenção era “principalmente ouvir” Bento XVI. Bush disse que gostaria de conversar sobre as mudanças na China e o futuro de Cuba pós-Fidel, se o Papa assim o entender. O Cardeal Ignace Moussa Daoud, Prefeito da Congregação para as Igrejas Orientais, considerou provável que na primeira audiência que Bento XVI concede a George W. Bush, para além do “respeito da liberdade religiosa para as minorias como a cristã no Iraque”, o assassinato do sacerdote Ragheed Ganni e três diáconos no passado dia 3 de Junho em Mosul, norte do Iraque, seja também discutido. Medidas de segurança A Praça de São Pedro foi interdita à circulação de pessoas assim que o Presidente norte americano chegou e foi accionado um dispositivo de segurança. George W.Bush, acompanhado da sua esposa Laura, foi acolhido pelo Prefeito da Casa Pontifícia, D. James Harvey. Durante a sessão fotográfica que antecedeu o encontro, o Papa felicitou o Presidente norte americano pela “grande iniciativa” decorrente da reunião do G8 em Heiligendamm, na Alemanha, a favor da “ajuda a África e na luta contra a Sida”. George W. Bush considerou o encontro do G8 “um sucesso”. O encontro continuou na Biblioteca privada e após o seu término George W. Bush conversou com o secretário de Estado do Vaticano, o Cardeal Tarcisio Bertone.

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