Violência doméstica preocupa Bispo do Funchal

Milhares de fiéis participaram, ontem à tarde, na tradicional missa campal realizada no Largo do Colégio (Funchal) por ocasião das celebrações do Dia do Corpo de Deus. Na homília, D. António Carrilho mostrou-se preocupado com a violência doméstica e apelou à participação das crianças e jovens na missa de Domingo. O prelado questionou a vivência do Amor-Caridade e do amor na família. «Como é possível falar de violência doméstica (têm aumentado os casos conhecidos), numa sociedade de tradições cristãs?», alertou, sustentando que «há que recuperar o sentido do Amor-Caridade, que é marca e fruto do Sacramento do Matrimónio, devidamente preparado e assumido». Urgente recuperar é também o «amor-serviço» na vida profissional, social e política, o amor e carinho para com os doentes e idosos por parte de quantos vivem com eles ou perto deles, ou para eles trabalham nas diversas instituições e o apoio aos mais pobres e carenciados, que supõe um coração atento e aberto aos outros. Nesta ordem de ideias e face à actual realidade, o chefe da Igreja Católica na Madeira pediu a Deus para que «nos ajude a encontrar respostas para todas estas questões e outras que possamos colocar, interpelados pela mensagem da Solenidade de hoje» e citou as palavras de Bento XVI, quando afirmou que «é necessário que, na Igreja, este mistério santíssimo seja verdadeiramente acreditado, devotamente celebrado e intensamente vivido». «A oferta da nossa vida, a comunhão com a comunidade inteira dos crentes e a solidariedade com todo o ser humano são aspectos imprescindíveis do culto espiritual, santo e agradável a Deus, no qual toda a nossa realidade humana concreta é transformada para glória de Deus», acrescentou. Depois de explicar aos muitos presentes o significado da celebração da Solenidade do Corpo de Deus, D. António Carrilho voltou a focar (já o havia feito aquando da sua chegada à Região) «o modo vibrante como aqui (na Região) se vive a Eucaristia, e como tradições tão enraizadas de religiosidade a prolongam». Contudo, aproveitou este “elogio” para deixar no ar a questão «será que a forte tradição eucarística da Diocese se reflecte, efectivamente, na vida cristã pessoal e comunitária da nossa gente?». Crianças D. António Carrilho começou por questionar «com que cuidado, empenho e espírito participamos na Eucaristia Domincal?». «Apenas em festas e ocasiões especiais?». Por isso, pediu às crianças presentes para que procurem participar sempre na missa do Domingo (ou sábado à tarde). «Eu sei que nem sempre é fácil os vossos pais vos acompanharem, mas não deixem de lhes pedir e eu também lhes peço daqui: ajudai os vossos filhos a progredirem nos conhecimentos e na vivência da fé, e não vos contenteis com uma catequese apenas para as festas (primeira comunhão e outras)», salientou. Nesse sentido, lembrou, e fez deles seus, os apelos dos papas João Paulo II e Bento XVI, para que os jovens «procurem conhecer melhor Jesus Cristo e O encontrem muito vivo, na Eucaristia e na vida de cada dia». As celebrações contaram também com a tradicional procissão. Um tapete de flores ligou o Largo do Município à Sé Catedral. (Com Jornal da Madeira)

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