G8: publicação missionária denuncia «ajuda prometida e não cumprida»

Os países mais ricos do mundo não estão a respeitar as suas promessas no que diz respeito à ajuda aos países em vias de desenvolvimento. Em vésperas da Cimeira do G8, o alerta é repetido pela publicação missionária “Além-Mar”, lamentando que não existam garantias de que os objectivos de cooperação para o desenvolvimento sejam sequer atingidos. A Declaração do Milénio, adoptada por todos os Estados-membros das Nações Unidas, contém um conjunto de oito objectivos, com especial destaque para a erradicação da pobreza. Contudo, todos os países da União Europeia estão a mascarar o volume das suas contribuições para a ajuda ao desenvolvimento. Segundo o relatório “Retenez Vos Applaudissements!” (Suspendam os Vossos Aplausos), da Concord, confederação europeia de 1800 organizações não governamentais dedicadas à ajuda de urgência e à ajuda ao desenvolvimento, os montantes do perdão da dívida pública, do acolhimento de estudantes estrangeiros e do auxílio a refugiados estão a ser contabilizados como ajuda ao desenvolvimento, o que desrespeita os compromissos, uma vez que não se trata de investimento directo. Muito do debate à volta dos Objectivos de Desenvolvimento do Milénio destina-se a avaliar se os países pobres irão conseguir alcançar as metas estabelecidas. Por isso, o PNUD, programa das Nações Unidas para o desenvolvimento, defende que os países ricos devem ser sujeitos a um escrutínio e tornar público o balanço dos progressos obtidos. E lança-lhes um desafio: que definam metas e prazos concretos, e passem à acção em várias frentes. A luta contra a pobreza no mundo tem registado progressos, mas há muitos países que estão cada vez mais em pior situação, sobretudo na África Subsariana. No Relatório sobre o Desenvolvimento Humano 2005, o PNUD verifica que o mundo está a falhar no cumprimento dos Objectivos do Milénio, e atribui parte da culpa à falta de ajuda aos que mais necessitam e a regras comerciais injustas. A oito anos da data-limite para se atingirem as metas estabelecidas, o progresso existe mas é demasiado lento, e os Desde 1990, mais de 130 milhões de pessoas saíram da pobreza extrema, há menos dois milhões de mortes de crianças por ano, há mais 30 milhões de crianças nas escolas e 1200 milhões de pessoas têm acesso a água potável. O reverso da medalha indica que ainda há 2500 milhões a viver com menos de dois dólares por dia (40 por cento da população mundial), dez milhões de crianças morrem de doenças evitáveis ou curáveis, 115 milhões não vão à escola e mais de mil milhões não têm acesso a água potável, enquanto 2600 milhões não dispõem de saneamento básico. Ou seja, houve progressos, mas foram insuficientes para cumprir os objectivos a que os países se comprometeram. Redacção/Além-Mar

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