Papa pede julgamento dos assassinos de Núncio Apostólico no Burundi

Bento XVI pediu que sejam esclarecidas as circunstâncias em que se deu o homicídio de D. Michael Courtney, Núncio Apostólico no Burundi, assassinado a 29 de Dezembro de 2003. Recebendo, na passada sexta-feira, a nova embaixadora de Burundi na Santa Sé, Domitille Barancira, para a apresentação de suas cartas credenciais, Bento XVI fez votos de que “as autoridades do país não poupem esforços para que sejam esclarecidas as circunstâncias do assassinato e para assegurar os responsáveis à Justiça”. O Papa recordou o Núncio de João Paulo II neste país africano como “um bom e fiel promotor da paz e da fraternidade entre os povos”. O assassinato do representante da Santa Sé no Burundi representou um caso sem precedente na história moderna do Vaticano. Mesmo nos períodos mais turbulentos do século XX, como a II Guerra Mundial ou a Guerra Fria, nenhum representante vaticano foi atingido mortalmente. O Arcebispo irlandês tinha 58 anos quando foi atingido mortalmente com três tiros e a sua acção diplomática levara-o ao Egipto, África do Sul, Zimbabwe, Senegal, Índia, Cuba e ao Conselho da Europa em Estrasburgo. D. Michael Courtney tinha desempenhado um papel de mediador num país destruído por 10 anos de guerra civil entre Hutus e Tutsis, como reconheceu o então secretário-geral da ONU, Kofi Annan, na sua mensagem de condolências. Bento XVI manifestou o seu apreço pela instituição, no Burundi, da Comissão de Verdade e Reconciliação, convidando a “cicatrizar as feridas da guerra, com o perdão, que não exclui a justiça, empenhando o país no caminho da paz e do desenvolvimento integral”. o Papa pediu ainda que seja aplicado o acordo de cessar-fogo assinado em 7 de Setembro de 2006, e ressaltou o papel que Burundi pode desempenhar para a “estabilidade e a paz na região dos Grandes Lagos”.

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