Apelo à responsabilidade dos cristãos

D. José Policarpo lembra missão dos leigos e apresenta Programa Diocesano da Pastoral, no Dia da Igreja Diocesana No Dia da Igreja Diocesana, assinalado ontem com uma Eucaristia no Mosteiro dos Jerónimos, D. José Policarpo lembrou o papel dos leigos na sociedade. Quis o Cardeal Patriarca de Lisboa, neste dia, meditar sobre “a realidade da Igreja, da nossa Igreja diocesana, em comunhão com a Igreja universal”. “A Igreja está no mundo como o fermento na massa”, sublinhou, lembrando que “esta vivência de comunhão no amor das pessoas divinas, realiza-se continuamente na Eucaristia”. “A Igreja está na sociedade na medida em que, devido à presença dos cristãos, a cultura que inspira os comportamentos e o relacionamento mútuo entre as pessoas e as instituições se aproximam do amor, pela prática da justiça. Como há uma missão interna à própria Igreja para a edificar como realidade sobrenatural, há uma missão da Igreja no mundo para, no realismo da vida da sociedade, lançar as sementes do Reino de Deus”. D. José Policarpo recordou na homilia que esta missão é responsabilidade de todos os membros da Igreja, mas “é-o, de forma peculiar, dos cristãos leigos que vivem inseridos na sociedade, partilhando a mesma vida de todos os homens”, porque a fé cristã “não é uma fuga do mundo, mas uma missão para transformar o mundo a partir de dentro, da sua própria realidade”. Em tempos de grande mudança cultural, “em que sociedade parece afastar-se do que restava de uma cultura e de uma ordem de valores de sabor cristão, a dificuldade da missão é ainda maior”, sublinha o Cardeal Patriarca. “Esta missão dos cristãos no meio do mundo é exigente. Supõe, antes de mais, a fidelidade a Jesus Cristo, uma vocação de santidade, a viver em Igreja. Por outro lado, entre os critérios do mundo e os do Evangelho, há contrastes que provocam sofrimento e exigem coragem”. D. José Policarpo referiu haver “forças organizadas” que procuram retirar à Igreja a influência inspiradora na cultura e na sociedade, no entanto as alterações sociais não se podem atribuir a essas forças, “pois a evolução da sociedade é um fenómeno global e a própria demissão dos cristãos de manifestarem a coerência da sua fé é, certamente, uma das causas”. Mas o Cardeal Patriarca lembrou que não basta “lastimar-se e denunciar”, é preciso agir, “numa coerência evangélica, em todos os campos onde os cristãos estão inseridos”, quer seja na família, a política e administração, a vida económica, a vida social. No dia da Igreja Diocesana, foi também apresentado o Programa e Calendário Diocesano de Pastoral 2007-2008. D. José Policarpo referiu a intenção programática para o próximo Ano Pastoral de “valorizar esta missão específica dos leigos no seio da sociedade. É preciso apoiá-los, como apoiamos os cristãos que exercem uma missão no interior da Igreja”. Nesse sentido, e estando a diocese de Lisboa a entrar no segundo ano do programa trienal onde se acentua a caridade na vivência da comunhão e na missão evangelizadora, D. José Policarpo, na introdução ao Programa Diocesano lembrou que os cristãos que podem intervir, através do pensamento e da reflexão, nos diversos “palcos” onde se forma a opinião. O Cardeal Patriarca lembrou que “a vasta doutrina da Igreja sobre a sociedade, conhecida como doutrina social da Igreja” é a base fundamental para a prática da caridade e “os cristãos não podem dispensar-se de a conhecer e de analisar à sua luz a realidade da sociedade em que estão inseridos e são chamados a exercer a sua missão”. A nossa sociedade, apesar de constituída por uma população que continua a declarar-se maioritariamente católica, “está cada vez mais laicizada na cultura ambiente e mais influenciada pela perspectiva naturalista da vida. Uma avaliação do homem e da sociedade sem referência aos valores cristãos, ou mesmo uma referência à perspectiva da transcendência, é sistemática e propositadamente proposta, como se se tentasse libertar a cultura e a sociedade de qualquer influência da Igreja e da compreensão cristã da existência. É a esta sociedade concreta que a nossa Igreja é enviada, com a marca cristã da cultura, a sua visão de pessoa humana, com a sua mensagem de esperança, humanizante e libertadora”. A prática da caridade imprimiu na Diocese uma marca visível com o nascimento de “infantários e as creches, o pré-escolar, os ATL (actividades de tempos livres), os centros de dia e os lares para idosos, o apoio aos sem abrigo e às crianças a quem faltou o apoio familiar”. Mas reflectiu D. José Pplicarpo que importa fazer uma “reflexão sobre as nossas instituições sociais no presente quadro da sociedade, procurar a qualidade cristã dos seus agentes, e intuir caminhos de futuro de serviço da Igreja à sociedade, na vivência da caridade. Os doentes e os presos continuarão a estar no centro da nossa solicitude pastoral”. As linhas orientadoras serão executadas pela Cúria Diocesana e pelas paróquias de forma a “dar-lhes objectividade e dinamismo”. Notícias relacionadas Programa Diocesano de Pastoral 2007-2008 Notícias relacionadas «A Igreja fermento do Reino de Deus no meio do mundo»

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