Igreja: Diocese de Angra manifesta «consternação» e «tristeza» pelo falecimento de D. António Sousa Braga

Celebrações fúnebres decorrem em Alfragide, na Diocese de Lisboa, e na ilha de Santa Maria, de onde era natural

Angra do Heroísmo, Açores, 22 ago 2022 (Ecclesia) – O administrador apostólico da diocese de Angra reagiu hoje à notícia do falecimento de D. António de Sousa Braga, bispo emérito, com “consternação e tristeza”.

“Em meu nome pessoal e em nome da diocese quero expressar a consternação e a tristeza pelo falecimento do Senhor D. António”, afirmou o cónego Hélder Fonseca Mendes, citado pelo portal online ‘Igreja Açores’.

“Neste momento apenas podemos expressar a nossa gratidão pelo que este homem fez por esta Igreja local. A sua dedicação e compromisso; o amor com que viveu nesta diocese”, acrescentou ainda o sacerdote que foi vigário-geral escolhido por D. António de Sousa Braga e atualmente assume funções de administrador apostólico, depois da nomeação de D. João Lavrador como bispo de Viana do Castelo.

D. António de Sousa Braga, bispo emérito de Angra, faleceu hoje em Lisboa, aos 81 anos de idade, informou a Congregação dos Sacerdotes de Jesus (Dehonianos), a que pertencia, em comunicado enviado à Agência ECCLESIA.

O responsável açoriano faleceu na clínica onde fazia tratamentos diários, na sequência de uma paragem cardio-respiratória.

O velório de D. António de Sousa Braga decorre esta noite na capela do Seminário de Nossa Senhora de Fátima, em Alfragide, e esta terça-feira vai ser celebrada uma missa exequial para a congregação dos Sacerdotes do Coração de Jesus, a que pertencia o bispo emérito de Angra; na quarta feira, à tarde, vai celebrada Missa exequial na Igreja Paroquial de Alfragide, paróquia onde D. António  de Sousa Braga residia e foi pároco até ser nomeado Bispo de Angra.
De acordo com a informação da Diocese de Angra, divulgada pelo portal online ‘Igreja Açores’, o funeral de D. António de Sousa Braga está previsto para a tarde de quinta-feira (dependendo da disponibilidade de transporte dos restos mortais do bispo falecido para os Açores), na ilha de Santa Maria, onde decorrerá a celebração diocesana, sendo sepultado no Cemitério de Santo Espírito, num jazigo da família.

D. João Lavrador, que sucedeu a D. António de Sousa Braga, apresentou as “condolências à família” e manifestou “reconhecimento” pelo trabalho realizado.

“Apresento as condolências à família e à diocese deixando uma palavra de reconhecimento. A amizade e colaboração foram sempre evidentes na pessoa do Senhor D. António, que sempre foi muito acolhedor e compreensivo e ajudou-me bastante na forma como me integrei na diocese” afirmou.

“A simplicidade e a simpatia com que me acolheu e que eram marcas do seu episcopado facilitaram muito o meu ministério. Guardo dele muito boa recordação”, acrescentou ao portal online açoriano.

O cónego Adriano Borges, ecónomo quando D. António assumia a diocese, recordou o seu papel determinado em Angra.

“O D. António, independentemente das opções que foi obrigado a fazer, sempre soube ver a diferença entre o trigo e o joio. Ele conhecia o seu presbitério como ninguém”, destacou.

António de Sousa Braga nasceu a 15 de março de 1941, na freguesia de Santo Espírito, ilha de Santa Maria, nos Açores, o quinto de 10 irmãos; terminada a escola primária, frequentou o 1.º e 2.º ciclos liceais de então no Colégio Missionário Sagrado Coração, no Funchal, e o 3.º no Instituto Missionário Sagrado Coração, em Coimbra, iniciando depois do tempo e noviciado, em Aveiro.

De 1962 a 1964, frequentaria o curso de filosofia em Monza e, após um estágio de vida religiosa em Portugal, frequentou, de 1966 a 1970, o curso de teologia na Pontifícia Universidade Gregoriana.

A 17 de maio de 1970, dia de Pentecostes, no contexto das celebrações dos seus 50 anos de ordenação sacerdotal, o Papa São Paulo VI ordenou 278 presbíteros originários de todos os continentes: entre eles o diácono dehoniano da já então Província Portuguesa dos Sacerdotes do Coração de Jesus, António de Sousa Braga.

Após ter colaborado na formação de jovens religiosos, no Seminário Nossa Senhora de Fátima, em Alfragide, foi eleito Superior Provincial dos Sacerdotes do Coração de Jesus em 1976, quando tinha 35 anos, por dois mandatos.

A partir de 1983, o trabalho do padre Braga passa pela formação e a paróquia em Alfragide até ser nomeado conselheiro no governo geral dos dehonianos, em maio de 1991

A 9 de abril de 1996, o Papa São João Paulo II chamou-o ao episcopado, nomeando-o 38.º bispo de Angra, nos Açores, onde foi ordenado bispo no dia 30 de junho de 1996, na Sé de Angra, por D. Aurélio Granada Escudeiro, a quem sucedia.

D. António de Sousa Braga foi bispo de Angra até 15 de março de 2016, quando, completados os 75 anos de idade, o Papa Francisco aceitaria o seu pedido de resignação, sucedendo-lhe no cargo D. João Lavrador, desde 29 de setembro de 2015, bispo coadjutor com direito de sucessão.

Após a sua resignação, D. António de Sousa Braga quis voltar aos Sacerdotes do Coração de Jesus, ao Seminário de Nossa Senhora de Fátima, em Alfragide, onde foi formador e superior da comunidade.

PR/OC/LS

(notícia atualizada às 23h45)

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Agência ECCLESIA

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