A Procissão do Corpo de Deus na Cidade do Porto

Cabido Portucalense apela à participação No próximo dia 7 de Junho, o Cabido Portucalense promove na cidade do Porto a Procissão Eucaristica na Solenidade do Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo. Terminadas as obras na Avenida dos Aliados, o percurso voltará a ser o tradicional: saindo da Igreja da Santíssima Trindade, pelas 16,30 horas, seguirá pela Praça Humberto Delgado, Avenida dos Aliados, Praça da Liberdade, Praça Almeida Garrett e Avenida D. Afonso Henriques, em direcção ao Terreiro da Sé, onde terminará com a Bênção do Santíssimo Sacramento, depois de uma alocução do Bispo do Porto. Na procissão integrar-se-á o Povo de Deus em todos os seus matizes, seguindo o Bispo, que as autoridades da Região e da Cidade, emanação da sua população maioritariamente católica, igualmente costumam a acompanhar. A Igreja leva neste dia o «Divino Sacramento», em festiva e solene Procissão através dos domínios da existência humana. Percorre os caminhos do mundo, onde se joga o destino dos homens. Fá-lo cantando hinos de júbilo e de acção de graças, aspirando o perfume das flores e o aroma do incenso, e celebrando a Morte que abriu o caminho da Vida, proclamando, à face do mundo, a vitória do Ressuscitado em que deseja participar. Com esta manifestação pública da sua fé os católicos querem simplesmente anunciar a todos a sua convicção de que Jesus Cristo é o seu único Salvador e que só na Eucaristia (que é Cristo a percorrer os caminhos do mundo) está o sinal da unidade, o vinculo do amor, a única força capaz de transformar a humanidade, tão ansiosa de união, na única família dos filhos de Deus, destinados a viver, em Cristo, na comunhão perfeita com Deus e com os homens. Com intermitências episódicas por motivos circunstanciais, esta procissão realiza-se no Porto desde 1417. Era dispendiosa para a Cidade que a ordenava com pompa e aparato. Era da Câmara o Pálio que abrigava o Sacramento e era também a Câmara quem nomeava os cidadãos para ir às varas do pálio ou transportar os tocheiros. Em suma: sempre foi um espaço privilegiado de colaboração entre a Igreja Católica e as autoridades do poder local. Hoje, em tempos de saudável laicidade, a Estado e a Igreja estão separados relacionando-se sem confusões nem interferências, no respeito pela autonomia de cada qual na respectiva ordem. Mas, porque a dimensão religiosa tem expressões não só individuais e privadas mas também comunitárias e públicas, e porque os membros da Igreja Católica são também cidadãos da República, com plenitude direitos, há um vasto campo em que o encontro, diálogo e colaboração entre o Estado e a Igreja não só é possível como é desejável. A história e a sociologia do Porto, «Cidade da Virgem», confirmam isto mesmo.

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