Papa apela à democratização da sociedade timorense

Bento XVI espera opção pela via do diálogo e da colaboração, para restaurar a ordem pública no país Bento XVI pediu esta segunda-feira que os responsáveis políticos de Timor-Leste promovam uma “progressiva democratização da sociedade”, procurando aumentar a participação de todos os grupos na vida pública. Considerando que este povo “já sofreu demasiado”, o Papa deixou “um veemente apelo” às autoridades públicas para que “façam tudo o que lhes for possível para restaurar uma ordem pública eficiente com meios legais e restituir aos cidadãos a segurança na vida quotidiana, graças também à reencontrada confiança nas instituições legítimas do Estado”. Ao receber no Vaticano Justino Guterres, primeiro Embaixador da República Democrática de Timor-Leste junto da Santa Sé, Bento XVI enviou a José Ramos Horta, que tomou posse da Presidência do país este Domingo, “as minhas felicitações com votos de feliz êxito no exercício das suas altas funções”. Para o Papa, a “enorme afluência às urnas” para a eleição do novo Presidente da Republica demonstrou “a grande maturidade cívica do povo timorense”. Do trabalho da Igreja neste processo, com destaque para os Bispos locais, Bento XVI destacou o contributo dado para a construção de “uma cultura de solidariedade e convivência pacífica na justiça, impelindo as vontades a colaborarem a favor do progresso e do bem comum, sem esquecer a atenção que merecem os mais pobres e desamparados”. “Tomando a palavra durante o conflito, os Bispos timorenses não se cansaram de indicar aos seus concidadãos a estrada-mestra para um futuro de paz e de prosperidade na rejeição da violência e do ressentimento e na oferta do perdão e da reconciliação com os demais”, precisou. Em relação ” à grave crise gerada pelo desespero de uns e pela impaciência de outros que transtornou o último biénio da vida nacional de Timor-Leste”, o Papa espera que “os fantasmas do passado sob as formas de medo, suspeita e divisão” não venham a tomar conta da vida nacional. Estes “dias trágicos”, disse, devem levar o governo e a oposição a procurarem a via do diálogo e da colaboração, evitando a tentação do confronto, “sempre prejudicial para a consolidação de uma correcta dialéctica democrática e para o desenvolvimento integral de todos os cidadãos do País”. O Papa admitiu que o país lusófono “não dispõe de todos os recursos necessários para responder às numerosas necessidades de habitação, saúde, educação, emprego”, mas constatou que “nem todos estão dispostos a prescindir de interesses pessoais ou partidários”. Por isso, Bento XVI observou que a solidariedade “exige que se partilhem, de modo equitativo, os esforços por resolver os problemas do subdesenvolvimento e os sacrifícios necessários para superar as crises económicas e políticas, tendo em conta as necessidades das populações mais indefesas”. Além de agradecer o trabalho que a ONU e várias ONG’s desenvolvem no terreno, o Papa assegurou que “os Pastores, sacerdotes e comunidades religiosas de Timor-Leste continuarão incansavelmente no cumprimento da sua missão evangelizadora, assistencial e caritativa”. O embaixador Justino Guterres confirmou os convites já anteriormente enviados a Bento XVI para que visite Timor-Leste.

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