Família e Igreja na América Latina

Cardeal López Trujillo, presidente do Conselho Pontifício para a Família Queridos irmãos no episcopado, no sacerdócio e no baptismo, A pastoral da família e da vida tem dois campos complementares: Um, pastoral, dentro da Igreja, por fortuna já vigoroso na América Latina, embora seja preciso fortalecê-lo, para fazê-lo mais dinâmico, coordenado e eficaz, tanto nas Conferências Episcopais, nas Dioceses com uma boa acção paroquial, com a preciosa colaboração dos movimentos. No sábado passado teve lugar na Itália o “Family Day”, com mais de um milhão e meio de pessoas. Também na América Latina em alguns países se realizam encontros similares. Seria importante que em todos se realizasse um dia da família e da vida. No nosso Dicastério, pelo contínuo estímulo do Papa, difunde-se o nosso Lexicon, em várias línguas, inclusive em árabe. Já se terminou em português e esperamos dá-lo a conhecer nestes dias. Será sem dúvida de grande utilidade, pois é o mais completo para esclarecer em mais 1200 páginas as ambiguidades e a linguagem falaz orweliana. Temos dois livros volumosos de mais de 700 páginas, sobre os cursos realizados em quase toda a América Latina e no mundo. Queria agora referir-me ao segundo campo, relativo à família e à sociedade. Distribuiremos agora um subsídio que preparamos para esta Conferencia sobre as legislações na América Latina até Abril deste ano inclusive. Poderemos ver o imenso desafio que temos por uma mentalidade contra a família, com novos e enormes desafios, nunca antes conhecidos, em contra da vida. Como Bento XVI lembrou, com a penosa ausência de políticos cristãos, decididos a dar um necessário testemunho. Muitos anos trabalhei no CELAM, da Conferência de Medellín. Nunca imaginei que houvesse tão dolorosa transformação dos governos e os parlamentos, numa conjuração que converte o delito em direito. Querem introduzir falsos novos direitos em nome da não discriminação. São poucos os países que representam até o momento honrosas excepções. Preparamos o IV Encontro Continental de políticos e legisladores, depois dos do Rio, México e Buenos Aires com participantes de todos os partidos políticos. Os bispos têm de dialogar e, na medida do possível, persuadir com uma gramática básica a que se referiu o Servo de Deus João Paulo II na ONU, com quem tem uma responsabilidade para o bem comum dos povos. É nosso dever lembrá-los do número 83 da Exortação Apostólica Sacramentum Caritatis sobre a coerência eucarística que deve interpelar gravemente a políticos e legisladores obrigados moralmente a dar um testemunho coerente e quando são eles a fonte de leis iníquas não devem receber a Eucaristia negando valores imprescindíveis sobre os quais a Igreja não pode negociar. Os governos, os meios de comunicação e tantos que escavam a nossa sociedade não podem nos silenciar. O perigo cresce. Estamos todos suficientemente conscientes do grande desafio? As leis revelam uma visão do homem, uma “moral” implícita que procura impor projectos contra o bem do homem e a mulher no bem comum dos povos? Aparecem a todo o momento falsas “definições” da família e da vida, que aprisionam a verdade em novas ideologias. Como pastores devemos ser salvaguarda da Verdade, do Evangelho e ser portadores de esperança que tomara não a roubem aos nossos povos. Fazem falta políticas familiares, sobre tudo para proteger e ajudar às famílias pobres castigadas por uma economia desumana no mundo e nos nossos países. Cardeal López Trujillo, presidente do Conselho Pontifício para a Família

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