Igreja preocupada com pressões sobre jornalistas

Celebração do Dia Mundial das Comunicações Sociais critica tentações de manipulação das consciências O presidente da Comissão para a Cultura, Bens Culturais e Comunicações Sociais (CECBCCS) dos Bispos portugueses, D. Manuel Clemente, alertou hoje para o risco de “manipulação das consciências” que deriva de uma concentração dos meios de comunicação social nas mãos de “cada vez menos pessoas”. Num encontro com jornalistas, promovido por ocasião da Celebração do 41.º Dia Mundial das Comunicações Sociais (20 de Maio de 2007), D. Carlos Azevedo, Secretário da CEP, falou da ditadura da superficialidade e do imediatismo, que impedem um pensamento mais profundo e religioso, ameaçam a “Europa e todo o Mundo Ocidental de uma nova forma de totalitarismo”. Já D. Manuel Clemente destacou o poder das “centrais de informação” para moldar a imagem do mundo que é partilhada por milhões de cidadãos em todo o mundo. Neste contexto, foi referida uma passagem da Mensagem de Bento XVI para esta celebração, na qual o Papa afirma que “mesmo quando estamos convencidos de que muitas pessoas comprometidas nos meios de comunicação social desejam realizar o que é justo, devemos reconhecer também que as que trabalham neste campo enfrentam «pressões psicológicas e dilemas éticos particulares» (Aetatis novae, 19), que por vezes vêem a concorrência comercial impelir os comunicadores para níveis mais baixos”. O director do Secretariado Nacional das Comunicações Sociais da Igreja, Cón. António Rego, observou que a liberdade profissional se encontra “ameaçada” pela necessidade de “vender” o produto da indústria da Comunicação Social. A consciência dos jornalistas, disse, entra em “colisão com os interesses da empresa”. Por isso, apontou, é necessário estar atentos a formas de “repressão comercial e ideológica” às quais se vem a assistir. Sobre o futuro da presença católica nos media, o presidente da CECBCCS admitiu que “aquilo que temos para oferecer aos nossos concidadãos, como Igreja, é uma questão que permanece em aberto”. “A nossa natureza católica é não deixar de fora”, apontou.

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