Evangelizar as extremidades

Propostas da V Conferência Geral do Episcopado Latino-Americano Primeiro recebeu Bento XVI e agora acolhe a reunião magna do episcopado latino-americano (CELAM) até 31 de Maio. O Brasil tem dominado a agenda eclesial. D. Jorge Ortiga, Presidente da Conferência Episcopal Portuguesa, encontra-se naquele país lusófono – participa no CELAM – referiu à Agência ECCLESIA que o ambiente que se respira “é muito positivo” visto que o Bento XVI deixou uma mensagem geradora “de um novo empenho e compromisso para a Igreja”. Depois de analisados os textos e homilias de Bento XVI, alguns Meios de Comunicação Social sublinham “que o Papa trouxe muito pouco de novo e que se limitou a repetir aquilo que tem dito noutras ocasiões”. Apesar de estarem ainda no começo dos trabalhos, os bispos presentes procuram novas formar de impulsionar a evangelização. “Ainda é prematuro dizer como é que esta Conferência poderá dar um novo alento a esta missão evangelizadora da igreja” – disse D. Jorge Ortiga. Os presidentes das várias conferências episcopais “já falaram da realidade dos seus países e daquilo que gostariam de melhorar”. O presidente da CEP adianta que os participantes insistem na “necessidade de um processo de iniciação cristã”. Um caminho “sério e profundo” que seja capaz de dar conhecimentos para uma “leitura da palavra de Deus e, ao mesmo tempo, dos “acontecimentos humanos”. A dimensão comunitária tem sido outro ponto muito focado pelos bispos presentes. “A experiência comunitária é um elemento muito positivo na caminhada cristológica” – esclareceu o bispo português. E acrescenta: “a Igreja terá que estar num estado permanente de missão”. Este processo exige “uma transformação das estruturas eclesiais” para que possa chegar a todos os ambientes. “É fundamental partir das grandes cidades e chegar aos extremos” – disse. Numa sociedade conturbada, D. Jorge Ortiga apela também para a “suscitação da consciência da dignidade da pessoa humana”. As pessoas terão que ser “sujeito da sua história” e torná-la “história de salvação”. Chegar até aos indígenas e às zonas mais rurais e “apoiá-los na defesa da sua cultura” é de extrema importância. “É uma evangelização capaz de se inculturar neste meio ambiente” – reconhece o presidente da CEP. Para a concretização do novo impulso evangelizador, os missionários portugueses terão uma palavra a dizer. O Brasil sempre teve uma “grande ligação” a Portugal. Na região da Amazónia “temos alguns missionários portugueses”. A Conferência Nacional dos Bispos Brasileiros sempre esteve “muito atenta às zonas do interior”. A experiência dos missionários portugueses é “muito útil na ajuda do desenvolvimento integral destas pessoas”. Com o nascimento de novas comunidades religiosas e novos movimentos, no futuro o Brasil poderá oferecer vocações à Europa. “Nota uma grande disponibilidade dos movimentos” – afirma o presidente da CEP. Ainda faltam alguns dias para o encerramento dos trabalhos, todavia D. Jorge Ortiga avança que sairá um “grande documento base com orientações pastorais e uma mensagem”. Um documento “claro e simples”, mas capaz “de entusiasmar”. E esclarece: “um documento que gere esperança”. Nesta Conferência – subordinada ao tema «Discípulos e Missionários de Jesus, para que n´Ele os nossos povos tenham vida» – participam os representantes dos bispos dos EUA; Canadá, Espanha e Portugal. Pela primeira vez são membros efectivos e com direito a voto. “Esta forma de actuar é o reconhecimento do passado e, em simultâneo, uma aliança para trabalharmos em sintonia e comunhão”. E finaliza: “estabelecem-se pontes entre os vários países”. Todas as notícias Conferência de Aparecida

Partilhar:
plugins premium WordPress
Scroll to Top