Durante dois dias, 26 e 27 de Setembro, algumas centenas de pessoas, a maioria das quais tendo conhecido o homenageado em vida, participaram num colóquio intitulado «Um homem, uma obra, uma época». Uma actividade, realizada no Centro Pastoral Paulo VI, em Fátima, com o intuito de celebrar o centenário do nascimento do Cón. José Galamba (1903-2003). No primeiro dia procedeu-se ao lançamento de uma antologia de textos e à abertura de uma exposição documental onde estão patentes alguns dos seus escritos, sermões, artigos jornalísticos, fotografias e condecorações. Classificado por Rui Ganhão Pereira, como “um sacerdote alto e com voz de trovão” que sabia o que queria, escrevia o que via e criticava o “despesismo e a falta de critérios na aplicação de dinheiros públicos” ao ponto de a censura do antigo regime (Estado Novo) cortar muitos textos e até ameaçar fechar o jornal por si fundado «A Voz do Domingo». Para além desta faceta, o segundo dia foi preenchido com um conjunto de painéis, onde foi apresentado o perfil e a multifacetada obra do Cónego Galamba: educador e apóstolo, escritor e jornalista, dinamizador social e mensageiro de Fátima. De tudo o que foi falado, muitas notas puderam ser tiradas, mas a principal foi a actualidade da personalidade do Cónego Galamba, como pessoa interveniente na sociedade, na luta pelos direitos dos mais pobres e na denúncia dos males sociais. Este sacerdote, falecido em 1984, colocou “todas as suas capacidades” ao serviço do outro e, como referiram os participantes, deixou uma “obra valiosa, tanto na Igreja como na sociedade”.
