Os espaços verdes «dão um lucro» diferente

Decorre na Ilha da Madeira o Congresso «Jardins do Mundo – discursos e práticas» Do ponto de vista simbólico, o jardim é um “pequeno paraíso onde há unificação e harmonia” – disse à Agência ECCLESIA Eduardo Franco, Coordenador do Congresso «Jardins do Mundo – discursos e práticas» a decorrer na Madeira até amanhã (12 de Maio). Historicamente, os ingleses que passaram pela Madeira no século XVIII e XIX catalogaram a ilha como o «Jardim do Mundo». “Foi a luz para investigações posteriores”. Depois do atentado de 11 de Setembro, o projecto de reconstrução das Torres Gémeas, no EUA, intitula-se os jardins do mundo. Uma homenagem às vítimas que faleceram. Nesse local estarão os vários ecossistemas do Mundo – onde a Madeira estará também representada – e “uma evocação à utopia” – refere. E acrescenta: “simboliza a pluralidade dos povos e culturas”. Esta iniciativa teve o seu início a 9 de Maio e congrega conferencistas de várias áreas do saber. “Realidades transdisciplinares” – salienta Eduardo Franco. Estudar os jardins do mundo numa perspectiva global é um dos objectivos do congresso. “Investigações que partem da Biologia e terminam na Teologia” – esclarece o coordenador do Congresso. O jardim é o encontro do “equilíbrio perdido entre a paisagem física e a paisagem humana”. Propostas e desafios para a vida em sociedade. “A partir do estudo do jardim, o ordenamento ganha outro sentido” – afirma Eduardo Franco. Se as sociedades fossem um jardim” não existiam assimetrias”. Com a reflexões, os conferencistas tocam num tema que está na ordem do dia: “a sustentabilidade do mundo”. No quadro do cosmos, a Terra é um planeta jardim mas “o homem com a sua ânsia pelo lucro está a degradá-lo”. “Um desafio ecológico para a humanidade” – contou o coordenador. Numa sociedade onde reina o betão, a natureza está a “perder a predominância”. E lamenta: “perde-se a visão da beleza”. Os espaços verdes “dão lucro” mas este “não é contabilizado”. E concluiu: “se as cidades tiverem jardins as pessoas têm menos possibilidades de doença” Resto do programa DIA 11 9h00 CONFERÊNCIA PRINCIPAL – Presidente da mesa: Annabela Rita “Imagem do Jardim na Pintura durante a Idade Moderna”, Vítor Serrão (Instituto de História de Arte – Universidade de Lisboa) 9h30 3ª SESSÃO “A sociologia cultural e artística dos jardins”, Pedro Andrade (Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa) “O Jardim no teatro”, Idalina Resina Rodrigues (Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa) “O ornamento vegetalista nos têxteis: entre o Oriente e o Ocidente”, Fernanda Pinto Basto (Escola Superior de Artes Decorativas da FRESS) “A noite liberta as flores: jardins e paraísos na arte contemporânea”, Sandra Leandro (Universidade de Évora) + DEBATE 11h00 [INTERVALO] 11h15 4ª SESSÃO- Presidente da mesa: Nelson Veríssimo “Os jardins proibidos da poesia”, Teresa Salema (PEN Clube Português) “Da natureza agreste no último Garret (1843-1854)”, Sérgio Nazar David (Universidade Estadual do Rio de Janeiro – Brasil) “Jardins Africanos”, Muanamosi Matumona (Universidade Agostinho Neto – Angola) “Os sentidos do jardim no Japão”, Ana Fernandes Pinto (Universidade Católica Portuguesa) + DEBATE 13h00 [INTERVALO PARA ALMOÇO] IV. DO JARDIM AO PARAÍSO: UM IMAGINÁRIO (QUASE) TOTAL 14h30 CONFERÊNCIA PRINCIPAL – Presidente da mesa: João Henrique Silva “Jardins e Cultura”, Eduardo Lourenço (Universidade de Nice/Fundação Calouste Gulbenkian) 15h00 1ª SESSÃO “O jardim inicial”, José Tolentino Mendonça (Universidade Católica Portuguesa) “Jardins da Babilónia”, Paulo Mendes Pinto (Cátedra de Estudos Sefarditas – Universidade de Lisboa) “Jardins e florestas dos filósofos”, Mendo de Castro Henriques (Universidade Católica Portuguesa) “O jardim do paraíso: imagens de uma nostalgia utópica”, Sónia Talhè Azambuja (Universidade do Algarve) + DEBATE 16h15 [INTERVALO] 16h45 2ª SESSÃO- Presidente da mesa: Alberto Vieira “Jardins na Literatura”, Annabela Rita (Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa / CLEPUL) “O tópos clássico e renascentista do jardim: paradigma da utopia”, António Moniz (Universidade Nova de Lisboa) “O Brasil como habitáculo dos Jardins do Paraíso”, Miguel Real (CLEPUL/Jornal de Letras) “A alegoria do jardim nas estratégias retóricas da literatura eclesiástica portuguesa do Antigo Regime”, João Francisco Marques (Centro de Estudos Regianos/Universidade do Porto) “O Jardim ideal dos Ameríndios” , Valmir Muraro (Universidade Federal de Santa Catarina – Brasil) “Visões do paraíso na cartografia portuguesa do século XVI”, Nuno Milheiro (CLEPUL – Universidade de Lisboa) + DEBATE DIA 12 9h00 CONFERÊNCIA PRINCIPAL – Presidente da mesa: Miguel Real “Madeira, mito da ilha-jardim”, José Eduardo Franco (CLEPUL – Universidade de Lisboa/ESAD) 9h30 3ª SESSÃO “A representação da Madeira, ilha-jardim, nos manuais dos ensinos básico e secundário”, Ana Leal de Faria (Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa) “Madeira, ilha-jardim, nas ciências e literatura suecas”, Kjell Jonson (Universidade de Umeä – Suécia) “A ilha da Madeira, jardim real e imaginário na literatura italiana”, Mariagrazia Russo (Universidade de Viterbo – Itália) “A ideia de jardim e a Madeira na cultura polaca e eslava”, Beata Cieszynska (Universidade de Lisboa / Centro de Estudos Eslavos – Polónia) “A Madeira e os seus jardins na literatura Inglesa”, Marie-Luise Egbert (Universidade de Leipzig – Alemanha) + DEBATE 11h30 [INTERVALO] 12h00 CONFERÊNCIA DE ENCERRAMENTO – Presidente da mesa: Pedro Andrade “A Árvore das Palavras”, José Augusto Mourão (Universidade Nova de Lisboa – ISTA) 12h30 SESSÃO DE ENCERRAMENTO Secretário Regional do Turismo e Cultura Presidente do Congresso – Director da DRAC Presidente do Centro Científico e Cultural de Macau Presidente da Comissão Científica do Congresso

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