Fundação AIS na ajuda aos brasileiros desde 1962

A Fundação Ajuda à Igreja que Sofre (AIS) começou a ligação com o Brasil em 1962, quando os Bispos do país enviaram um pedido à sede da organização internacional, na Alemanha. Em 1997 foi inaugurado o secretariado nacional AIS-Brasil. Num país com falta de padres para o número total de católicos, a Ajuda à Igreja que Sofre apoia preferencialmente, neste país, como em muitos outros, a formação de sacerdotes. Além disso, também são necessárias igrejas, sobretudo nos subúrbios das grandes cidades e nas zonas de recente assentamento populacional no Brasil central e na Amazónia. A Igreja não se limita a enfrentar os desafios das grandes urbes. Em muitas zonas do país, as distâncias são imensas, um problema que já em 1973 deu vida ao projecto AMA. A construção da auto-estrada transamazónica supôs uma enorme mudança para os indígenas que habitavam na zona e também para os que tinham migrado do Nordeste e do Sul do país para a região. Até então, eram os rios as únicas vias de comunicação. Com a nova estrada, os Bispos precisavam de camiões para transportar os produtos agrícolas dos colonos para o mercado, levar as crianças à escola e os doentes aos centros sanitários, bem como os fiéis à igreja. Por acaso, nessa altura o Exército suíço colocou à venda os seus camiões usados e a AIS adquiriu, por um preço simbólico, 300 veículos – um dos quais continua ainda hoje a trabalhar. São os sacerdotes, contudo, os que mais precisam de um meio de transporte, dado que alguns se ocupam de 120 paróquias e muitos fiéis só vêm o padre uma vez por ano. A Fundação AIS apoia aqui a Igreja com automóveis e, nalgumas zonas do Rio Amazonas, onde a deslocação apenas é possível pelo rio, encarrega-se de financiar lanchas. A formação dos leigos que se empenham nas tarefas eclesiais é outra das prioridades dos Bispos brasileiros e também aqui a AIS dá o seu contributo. Para a formação religiosa, o pequeno catecismo “Eu creio”, editado pela Fundação desde 1988, desempenha um papel fundamental, porque serve sacerdotes, catequistas, famílias, jovens e adultos nas suas aulas de Religião e porque é a base de numerosas actividades pastorais. Há já 29 anos que existe a Bíblia para Crianças “Deus fala aos seus Filos”, traduzida em 153 línguas. Desde o início, o Brasil foi um dos principais países receptores: durante a visita de Bento XVI, ele próprio entregará a edição comemorativa dos 10 milhões de exemplares distribuídos. O Papa irá também visitar a “Fazenda da Esperança” (na foto), fundada em1983 pelo frade franciscano alemão Hans Stapel, onde os toxicodependentes aprendem a viver com dignidade, através do trabalho e da oração. A taxa de sucesso é superior a 84%, sem drogas de substituição ou tratamentos médicos. Em vez disso, os jovens ganham o seu sustento trabalhando em grupo, forma de aprenderem que a comunidade é importante. O Padre Werenfried visitou estes jovens e animou-os a prosseguirem neste caminho. Desde o início pensou neste projecto como “pastoral”, pelo que Frei Hans Stapel, pai das Fazendas da Esperança, recebe o apoio da AIS. Por ocasião da visita do Papa, a AIS financiou numerosos repetidores (dispositivos que recebem e retransmitem um sinal) para o canal TV Rede Vida, a fim de que o maior número possível de brasileiros possa participar neste evento. A ajuda segue uma tradição da Fundação, pois um dos primeiros projectos que receberam o apoio da AIS foi a criação de uma escola radiofónica na Arquidiocese de Natal, no Nordeste do país: através da rádio, os ouvintes, organizados em pequenos grupos liderados por professores voluntários, recebiam ensinamento geral e religioso. Uma solução simples e barata, mas certamente genial. Nos anos mais recentes, a AIS ajudou a Igreja brasileira e este ano volta a apoiar inúmeros projectos. Em 2006, os 550 projectos apoiados receberam um total de mais de 5 milhões de Euros.

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