Médio Oriente é preocupação da diplomacia da Santa Sé

O Cardeal Tarcisio Bertone, Secretário de Estado do Vaticano, revelou ontem que a principal preocupação da Santa Sé, em matéria de política internacional, é “a situação dos países do Médio Oriente e este conflito que não é solucionado”. “A Santa Sé compromete-se com todas as suas forças e com todos os seus meios: com a oração, com encontros inter-religiosos, com encontros diplomáticos, reunindo com os chefes de Estado da região e com todos os que estão empenhados em promover a paz”, referiu à Rádio Vaticano. Este responsável falava depois de ter inaugurado um curso de introdução à Igreja Católica, na Universidade Gregoriana, destinado a diplomatas de maioria islâmica do Mediterrâneo e do Médio Oriente. O curso tem como tema “A Igreja Católica e a política internacional da Santa Sé”. Em três semanas de aulas, os alunos terão noções sobre o estatuto jurídico internacional do Estado da Cidade do Vaticano, organização e funcionamento dos diversos organismos da Santa Sé, articulação dos episcopados mundiais e das Igrejas locais, actividade diplomática das Nunciaturas, estudos para a formação do clero e Universidades Pontifícias, acção humanitária da Santa Sé pela paz, diálogo ecuménico e inter-religioso, representação junto a organizações internacionais e relações com o mundo islâmico. Na sua intervenção inaugural, o Secretário de Estado do Vaticano disse que a Igreja tem como prioridades “o direito à vida” e a “liberdade religiosa”, mas negou que o problema das violações deste último direito diga respeito apenas aos países islâmicos. O Cardeal Bertone sublinhou que dois direitos estão hoje particularmente expostos a violações mais ou menos abertas. “Um diálogo autêntico entre as culturas – afirmoue – não pode deixar de alimentar também uma viva sensibilidade pelo valor da vida, nunca considerada como objecto do qual dispor arbitrariamente, mas como a realidade mais sagrada e intangível”. Na lectio magistralis, o Cardeal Renato Martino, presidente do Conselho Pontifício Justiça e Paz, explicou que a Santa Sé “representa não uma força politica no sentido normal da palavra, mas uma força moral e este facto assegura a eficácia da sua acção a este respeito”. O Cardeal italiano deu testemunho pessoal da acção humanizante da diplomacia do Vaticano, especialmente durante as Conferências e Cimeiras internacionais das Nações Unidas, que nas últimas décadas orientaram as politicas relativas aos problemas sociais e económicos da nossa época, e aos direitos humanos. “A primeira linha do desempenho da Santa Sé na cena internacional – sublinhou o Cardeal Renato Martino – consistiu na promoção e na defesa dos direitos do homem”. Por isso, indica, “a diplomacia da Santa Sé foi e continuará a ser, no seio da grande família das nações, uma testemunha autêntica da dignidade do homem”. (Com Rádio Vaticano)

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