Desafios às religiosas nos nossos dias

Bento XVI desafiou as religiosas dos nossos dias a viver em “intimidade com Deus”, cuidando da sua formação humana e procurando cultivar a dimensão “mística” e “profética” da Vida Consagrada. O Papa deixou estes desafios ao receber, no Vaticano, 794 religiosas da União Internacional das Superioras Gerais, que estão reunidas em Roma para a assembleia plenária da organização. Com elas estava o Cardeal Franc Rodé, prefeito da Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica. Perante representantes das famílias religiosas femininas dos cinco continentes, o Papa exortou todas a transmitir o Evangelho “na realidade contemporânea, especialmente onde há pobreza humana e espiritual”. Bento XVI falou das consagradas como “tecedeiras de Deus”, em alusão ao tema da assembleia plenária, “Chamadas a tecer uma nova espiritualidade que gere esperança e vida para toda a humanidade”. O Papa recomendou a importância de promover “uma Vida Consagrada mística e profética, fortemente empenhada na realização do Reino de Deus”. “São estes os fios com os quais o Senhor vos impulsiona, queridas Religiosas, a tecer hoje em dia o tecido vivo de um profícuo serviço à Igreja e de um eloquente testemunho evangélico ‘sempre antigo e sempre novo’, na medida em que é fiel à radicalidade do Evangelho e corajosamente incarnada na realidade contemporânea, especialmente onde maior é a pobreza humana e espiritual”, apontou. Evocando os “tantos desafios sociais, económicos e religiosos com que se confronta no tempo actual a Vida Consagrada”, o Papa advertiu para a necessidade de “percorrer caminhos missionários e espirituais inexplorados”, mas “mantendo sempre bem firme a relação interior com Cristo”, pois “só desta união com Deus brota e se alimenta o papel “profético” da missão, que consiste no “anúncio do Reino dos céus”. “Se quereis percorrer fielmente os passos dos vossos Fundadores e Fundadoras, ajudando as vossas irmãs a seguirem os seus exemplos, cultivai a dimensão mística da Vida Consagrada, isto é, mantende a vossa alma sempre unida a Deus através da contemplação. Como ensina a Escritura, o profeta antes escuta e contempla, e depois fala, deixando-se permear totalmente daquele amor por Deus que nada teme e que é mais forte do que a própria morte”, pediu o Papa. Em conclusão, Bento XVI assinalou que “o verdadeiro profeta “não se preocupa tanto em fazer obra – coisa sem dúvida importante, mas nunca essencial. Esforça-se sobretudo por ser testemunha do amor de Deus, procurando vivê-lo entre as realidades do mundo, mesmo que a sua presença seja incómoda, porque oferece e incarna valores alternativos”- (Com Rádio Vaticano)

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