Indiferença e falta de apoio afastam jovens do sacerdócio

Arcebispo de Braga aponta causas para a falta de vocações O indiferentismo e agnosticismo da sociedade, e ainda a falta de apoio sentida pelos jovens em algumas paróquias, foram ontem apontados pelo Arcebispo Primaz como os maiores entraves à promoção de novas vocações religiosas e sacerdotais. D. Jorge Ortiga, que presidiu, na igreja de São Paulo, às ordenações diaconais de dois seminaristas da Arquidiocese de Braga e da Diocese angolana de Lubango, admitiu que as escolhas de cariz vocacional enfrentam inúmeras «tribulações», ultrapassáveis apenas através do «culto espiritual». O prelado bracarense alertou para os factores de divisão nas comunidades cristãs e para o cultivo da «correcção fraterna, tendo em vista a unidade e a comunhão». No Dia Mundial de Oração pelas Vocações, subordinado ao tema “A vocação ao serviço da Igreja – Comunhão”, explicou que «esta unidade exige muitos sacrifícios, que apontam, porém, caminhos novos para a Igreja e para o mundo que nos rodeia». Dirigindo-se a Rui Manuel Pereira, da paróquia vieirense de Caniçada, e a Wilson Dunguionga, da comunidade angolana de Nossa Senhora da Assunção (Lage), D. Jorge Ortiga convidou-os, tal como afirma o Papa Bento XVI na sua mensagem para o dia de ontem, a serem «servidores de comunhão», um desafio extensivo a todos os fiéis presentes no templo adjacente ao Seminário Conciliar de São Pedro e São Paulo. «Só esta comunhão é que pode fazer surgir novas vocações para a Igreja. Esta [comunhão] é, de facto, um campo fértil e, por isso, de nada vale lamentarmos as vocações que temos ou não temos (ver artigo “Quase 70 mil padres deixaram ministério nos últimos 35 anos”). Só existe um caminho: trabalharmos na comunhão», afirmou o prelado. Reportando-se à Exortação Apostólica “Sacramentum caritatis”, do Papa alemão, o Arcebispo Primaz também alertou ara a vivência de um culto espiritual», em detrimento de um mero ritualismo, que consiste «na entrega da vida e dos bens que cada um possui, através da pobre- za»; «na opção livre de aceitar a vontade de Deus»; e «numa vida casta».

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Agência ECCLESIA

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