«Este é o momento para perceber que devemos voltar a ser fermento. Já não somos um grande povo, mas somos significativos» – Irmã Arminda Faustino
Lisboa, 06 jun 2022 (Ecclesia) – Uma delegação portuguesa participou no Congresso Europeu de Catequese que terminou este domingo, em Bruxelas, refletindo sobre ‘a inserção profética da fé na cultura europeia pós-moderna – em diálogo com o Diretório para Catequese 2020’.
O congresso reuniu responsáveis da catequese de todo o continente, cerca de 70 participantes, e o último dia, este domingo, ficou marcado pela celebração festiva da solenidade de Pentecostes, na Paróquia de Santo António, na capital belga, lê-se no sítio online ‘Educris’, portal do Secretariado Nacional da Educação Cristã (SNEC).
A delegação da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) foi constituída por D. Jorge Ortiga, vogal da Comissão Episcopal da Educação Cristã e Doutrina da Fé e arcebispo emérito de Braga; o professor Fernando Moita, diretor do SNEC; a irmã Arminda Faustino, coordenadora do Departamento de Catequese no Secretariado Nacional da Educação Cristã; e o padre Tiago Neto, diretor do sector da Catequese do Patriarcado de Lisboa.
Antes do encontro, a irmã Arminda Faustino explicou que este é o momento para perceber que os católicos devem “voltar a ser fermento”, já não são “um grande povo”, mas são significativos se conseguirem “trilhar caminhos de acompanhamento, lugares de encontro e de sentido para a descoberta e o encontro com Jesus Cristo”.
Também participaram os padres Manuel Queirós, da Diocese de Vila Real, e Luís Miguel Rodrigues, da Arquidiocese de Braga, como membros da equipa europeia de catequese, que organizou o congresso.
O padre Tiago Neto refere que o terceiro dia de encontro, este sábado, procurou refletir sobre as “consequências práticas que em cada país e situação se podem extrair para que a comunidade cristã possa realizar o seu potencial evangelizador”.
Segundo o sacerdote de Lisboa, os oradores acentuaram uma visão teológico-espiritual da evangelização, por exemplo, o teólogo René Camilleri, da Universidade de Malta, referiu a necessidade das comunidades se compreenderem “minorias criativas”, e, no atual contexto cultural, “o desafio da catequese passa por incitar a uma nova pedagogia da fé, novos modos de ensinar a ‘via do bem’”.
No seu segundo dia, o congresso centrou-se na análise ao ‘Diretório para a Catequese’ no contexto europeu contemporâneo; Henri Derroite, diretor diocesano da catequese de Bruxelas e professor de catequética na Universidade Católica de Louvain, assinalou que o diretório se refere a “temas e apresenta perspetivas que derivam da influência do magistério do Papa Francisco, particularmente no que diz respeito ao anúncio missionário”.
Segundo a equipa europeia de catequese, que organizou o congresso, o encontro começou com um primeiro dia de “abrir os olhos” e a oportunidade de “situar o novo diretório no contexto da cultura europeia atual”, lê-se no ‘Educris’.
D. Josef de Kesel, arcebispo de Malines-Bruxelas analisou o tema ‘Fé e religião numa sociedade moderna’ e pediu “o realismo de perceber que o fim de uma cultura cristã não é o fim do cristianismo”.
Ainda no primeiro dia de congresso, os responsáveis pelo setor da catequese na Europa visitaram as “principais instituições políticas e religiosas” da cidade de Bruxelas, onde aprofundaram o artigo 17, do Tratado de Lisboa, que aborda o ‘Diálogo com as organizações religiosas e não confessionais’, no Parlamento Europeu.
CB/OC