Não há que ter medo dos jornalistas

Como pode a Igreja transmitir a sua mensagem no mundo de hoje? A comunicação social assume aqui um papel importante. Esta é a principal razão sobre a qual as XI Jornadas sobre Questões Pastorais se debruçaram. A comunicação social não é apenas um meio que a Igreja utiliza para anunciar a Boa Nova, mas “é uma cultura de comunicação na qual a Igreja se deve sentir à vontade para apostar na evangelização”, aponta o Pe. Margarido Correia, responsável pela organização do encontro. Os meios de comunicação determinam essa cultura actual “de uma forma especialíssima, e importante para os homens de hoje”. O organizador do encontro recorda palavras de João Paulo II: “o actual fenómeno das comunicações sociais impulsiona a Igreja a fazer uma revisão cultural e pastoral, de forma a ser capaz de enfrentar a passagem da época” (Carta Apostólica “O Rápido Desenvolvimento”), onde se inspiraram para ir buscar a temática do encontro. As Jornadas contaram com o contributo de Juan Mora, professor de Comunicação Institucional na Universidade Pontifícia de Santa Cruz, em Roma. Este convidado referiu-se à forma como a comunicação social deve ser encarada nas instituições eclesiásticas. “Os media são importantes porque veiculam a identidade de uma instituição transformada em imagem”. A comunicação tem primeiro de ser “interna, fazendo chegar a todos os cristãos o conhecimento que explica a identidade da Igreja e deles próprios”, fazendo dos próprios cristãos um porta-voz. Outro ponto abordado foi o “desmontar a ideia de que os media são o inimigo da Igreja”, recorda o Pe. Margarido Correia. A forma como os sacerdotes se devem relacionar com os jornalistas foi debatido da parte da tarde do encontro. A ignorância por parte dos jornalistas e o medo por parte dos sacerdotes, é o que estabelece esta relação. “Na realidade não tem de ser assim e não deve ser assim”, sublinha o organização do encontro. Ao dar as notícias tem de se perceber o que os jornalistas querem. “O que interessa às pessoas, quais as perguntas que elas fazem e dar essa resposta”, sublinhando ainda que o importante é estar disponível para que os jornalistas possam“ir às fontes certas, caso contrário os profissionais da comunicação irão buscar a outros sítios”, resultando numa informação deformada. “Sabendo como se reagir” perante a comunicação social, “não há que temer, porque se age em verdade”, sublinha. As jornadas congregaram principalmente sacerdotes. “Padres oriundos do norte e centro do país, a quem D. Manuel Clemente se juntou”, finaliza o Pe. Margarido Correia.

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