“Das Aparições ao Processo Canónico (1917-1918)” é o tema do 1.º tomo do III volume da Documentação Crítica de Fátima, com o subtítulo, apresentado, no último Sábado em Fátima. O Pe. Carlos Azevedo, vice-reitor da Universidade Católica e presidente da Comissão Científica que dirige a “Documentação Crítica”, afirma em declarações à Agência ECCLESIA que “a pretensão da publicação destas obras é dar uma base histórico-científica à investigação”, evitando assim ter pretensões apologéticas. Esta obra contém inúmeros registos da imprensa da época, fotografias, estampas e pagelas da época das aparições, num total de 376 documentos; a maior parte (246) são artigos e notícias saídos em publicações periódicas – entre os quais estão as célebres reportagens do jornalista Avelino de Almeida para “O Século” e para a revista “Ilustração Portuguesa”. Também as fotografias de Judah Bento Ruah, que registaram a multidão que assistiu ao “milagre do sol”, do dia 13 de Outubro, aparecem aqui registadas e anotadas. Para além dos artigos de jornal, este volume de documentos recolhe ainda 70 cartas e bilhetes postais, um folheto, 27 fotografias e documentos iconográficos, um interrogatório, três apontamentos, 13 documentos oficiais e 15 testemunhos ou depoimentos. A recolha deste material resulta “de um trabalho imenso, de muitas décadas passadas em arquivos e bibliotecas”, lembra o Pe. Carlos Azevedo, e congrega material de todas as proveniências, sendo que o maior número são artigos contra Fátima: “os mais religiosos estavam na expectativa, à espera de uma posição dos Bispos. Foi a acção dos jornais anticlericais que despertou a curiosidade das pessoas e as levou a Fátima”, acrescentou. Com este volume, ficam publicados todos os documentos existentes sobre Fátima, relativos a 1917 e 1918. Os interrogatórios feitos aos três videntes (Lúcia, Jacinta e Francisco), em 1917-18, e os documentos do processo de averiguação diocesano estão publicados nos dois anteriores volumes. O segundo tomo deste terceiro volume reunirá a documentação que vai de Maio de 1918 até Maio de 1922, quando foi iniciado o processo canónico.
