Combate ao terrorismo não pode sacrificar direitos fundamentais

A Santa Sé manifestou-se hoje contra a violação de “direitos humanos fundamentais” em nome do combate o terrorismo. O presidente do Conselho Pontifício Justiça e Paz (CPJP), Cardeal Renato Martino, disse que “os esforços das organizações internacionais para proteger os cidadãos de ataques terroristas e identificar os agressores antes que eles possam entrar em acção” não devem levar ao sacrifício desses direitos fundamentais. Este responsável assinalou que, em caso contrário, essas violações “poderiam exaltar as injustiças que eles (terroristas, ndr) invocam como justificação para o seu comportamento aberrante”. “As desigualdades e os abusos existentes no mundo não justificam os actos de terrorismo. Não há nenhuma desculpa para a violência ou para o desprezo pela vida humana”, disse o Cardeal Martino no XIII seminário mundial dos capelães católicos e membros das capelanias da Aviação Civil, que se iniciou hoje em Roma. A iniciativa do Conselho Pontifício para a Pastoral dos Migrantes e Itinerantes tem como tema “Diálogo nas Capelanias do Aeroporto para uma resposta ao terrorismo”. A Santa Sé defende que a presença de capelães nos aeroportos pode ajudar a combater o terrorismo, através do diálogo “ecuménico e inter-religioso”. Os aeroportos são locais em que se “desenvolve a missão de agentes pastorais das diversas Igrejas e comunidades eclesiais”, bem como de diversas religiões, transformando estes espaços em locais privilegiados para “o diálogo quotidiano entre os povos”. O Cardeal Paul Poupard, presidente do Conselho Pontifício para o Diálogo Inter-Religioso, irá apresentar uma conferência sobre o papel das religiões no combate ao terrorismo. Marcam também presença peritos da ONU e da Associação Internacional do Transporte Aéreo, para falar sobre as estratégias implementadas por estas instituições para proteger estruturas, funcionários, passageiros e público em geral. Outra intervenção marcante será a do Rev. David Baratelli, capelão no aeroporto de Newark (EUA) durante e depois dos atentados do 11 de Setembro, em Nova Iorque.

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