Dia Mundial das Comunicações Sociais: Arcebispo de Évora afirma que «uma das missões mais importantes da Igreja é escutar»

D. Francisco Senra Coelho comenta mensagem do Papa para celebração de 2022

Foto: Pedro Miguel Conceição/A Defesa

Évora, 25 mai 2022 (Ecclesia) – O arcebispo de Évora apresentou a mensagem do Papa para o Dia Mundial das Comunicações Sociais 2022, dedicada à escuta, alertando para a dificuldade das pessoas em ouvir os outros.

“Uma das missões mais importantes da Igreja é escutar, nomeadamente, quando nos encontramos em limites de sofrimento, quando apoiamos um presidiário, quando estamos com uma pessoa em situação de doença, de luto, na circunstância de sofrimento conjugal, na desilusão que rompe um matrimónio”, disse D. Francisco Senra Coelho, esta terça-feira, na Casa Arquiepiscopal de Évora.

Na conferência de imprensa enviada à Agência ECCLESIA, pelo Departamento de Comunicação Social da Arquidiocese que promoveu a apresentação, o responsável católico afirmou que as pessoas precisam de falar “e hoje até se paga para ser ouvido”, aos psicólogos.

‘Escutar com o ouvido do coração’ é o tema da mensagem do Papa para o 56.º Dia Mundial das Comunicações Sociais, que se celebra este ano no dia 29 de maio, Solenidade da Ascensão do Senhor.

Segundo o arcebispo de Évora, o Papa está a fazer uma “espécie de caminho” com as pessoas porque todos são comunicação social, “os que comunicam e aqueles que analisam a comunicação”.

O responsável católico destacou que Francisco “faz uso e apelo ao verbo escutar” – ‘decisivo na gramática da comunicação e condição para autêntico diálogo’ – e identifica “uma espécie de binómio contrastante”.

O Papa refere que estamos a perder a capacidade de ouvir a pessoa que temos à nossa frente, na teia normal das relações quotidianas, como nos debates dos assuntos mais importantes da convivência civil. Temos necessidade de perceber e passar à frente, ir à essência, ao sumo, àquilo que importa, por isso, muitas vezes ficamos pelo título e passamos à frente”.

 

Segundo o arcebispo de Évora, as pessoas têm uma “dificuldade acentuada de ter tempo para escutar”, e o “binómio contrastante” é que procuram no campo comunicativo e informativo “ofertas de escuta”.

A partir da mensagem do Papa, para o 56.º Dia Mundial das Comunicações Sociais, D. Francisco Senra Coelho alertou para a palavra ‘infodemia’, uma “dimensão ainda não muito divulgada”, e em concreto para as notícias falsas.

Foto: Pedro Miguel Conceição/A Defesa

“Uma realidade muito complexa que leva ao descrédito, à falta de confiança na comunicação social. Pode fazer com as pessoas não queiram mais ouvir ou ser informados, porque esta dimensão de informação inexata, como aconteceu, e o Papa lembra, nalguns momentos da pandemia, desacredita”, desenvolveu, realçando que “sem credibilidade, a comunicação social esvazia-se e perde o seu espaço na sociedade”.

O arcebispo eborense referiu-se também à atividade económica dos media, alertou para as migrações forçadas e os “muitos preconceitos, muitos medos”, destacando o papel da comunicação social, denunciou a falta de liberdade religiosa e a perseguição.

No diálogo com os jornalistas, o responsável comentou o processo sinodal na arquidiocese, adiantando que vão “apresentar as conclusões”, no dia 5 de junho, na catedral, em programa a anunciar.

CB/OC

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