Teólogos do Porto criticaram o positivismo

A salvaguarda da natureza humana no contexto tecnológico compete à Teologia. Esta foi a razão fundamental do tema das Jornadas de Teologia do polo do Porto da Faculdade de Teologia da Universidade Católica Portuguesa (UCP) realizadas entre os dias 16 e 18 deste mês. «O futuro da natureza humana e o progresso tecnológico» foi o tema central desta iniciativa que contou com a presença de Jürgen Moltmann, da Universidade de Tübingen. Em declarações à Agência ECCLESIA Jorge Cunha, Director-Adjunto do núcleo do Porto da Faculdade de Teologia da UCP e da comissão organizadora das jornadas, sublinhou que o teólogo alemão alertou para a ideia da saúde. “A saúde e a vida não são apenas questões técnicas”. E adianta: “ter saúde significa a força de perseverar como pessoa”. Mais do que a definição de saúde da Organização Mundial de Saúde – «o completo estado de bem-estar físico, psíquico e social» -, Jürgen Moltmann criticou-a e contrapôs com a reflexão anterior. No centro das conferências esteve também a Procriação Medicamente Assistida (PMA). “O sonho da tecnologia pretende separar o conceito de pessoa da técnica” – realçou Jorge Teixeira da Cunha. E acrescenta: “as jornadas foram uma crítica a todo o pensamento positivista”. A pessoa tem “origem num contexto de amor”. O homem contemporâneo pretende ser “um demiurgo, alguém que tem a ilusão de ter um poder sobre-humano”. Este ano, a participação esteve aquém das expectativas. “O novo regulamento dos professores do ensino secundário afectou o número de participantes” – frisou. Todos os anos, esta Faculdade convida um teólogo reconhecido. “Queremos que a nossa Faculdade tenha um contacto com outras vozes da Teologia” – disse este elemento da Comissão Organizadora. “Mostram modelos de pensamentos ao alunos”. Como Jürgen Moltmann é um teólogo protestante, estas jornadas têm um cariz ecuménico. “Cria-se uma convivência entre ministros de várias igrejas” – concluiu.

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