Militares querem ser sinal e serviço da Igreja

Terminar a peregrinação a Fátima no meio do recinto, todos juntos, e encaminharem-se para a Capelinha das Aparições “alguns com lágrimas nos olhos e de joelhos”, é uma imagem que o Pe. Luís Murouço, responsável pela Pastoral Juvenil do Ordinariato Castrense vai recordar, como “emblemática” e ilustrativa daquilo que foram os cinco dias da peregrinação dos jovens militares ao Santuário. Cada caminhada é única, e apesar de pela sexta vez o responsável pela Pastoral Juvenil do Ordinariato Castrense caminhar a Fátima, “foi uma descoberta”, recorda. No meio da organização e das preocupações para que tudo corra bem, “esquecemos a importância de nos deixarmos ir, simplesmente”. As circunstâncias em que pelo caminho o Pe. Luís Murouço foi ouvindo as pessoas, percebeu a “procura de lugares para uma intimidade com Deus”. Esta procura deu-se num grupo grande, numa actividade organizada por uma diocese. O caminho é feito de encontros, de outros caminhos interiores que se vão descobrindo e cruzando, onde se partilham motivações e razões pessoais. “Estabelece-se uma ligação incrível”, sugere, pois não é “indiferente passar-se cinco dias na estrada com uma motivação comum”, onde cada momento vale muito. O testemunho de quem vai passando pela experiência de peregrinar “marca muito”, afirma o Pe. Luís Murouço, daí que muitos tenham participado pela primeira vez, mas que também muitos “não tivessem passado por esta experiência” dado o número limite de inscrições. As circunstâncias pessoais leva ao acolhimento de uma sugestão como esta, “porque se encontra aqui uma forma de encontro com Deus”. Encontro marcante estava reservado para a sexta feira da peregrinação, em que o cansaço e as bolhas nos pés não impediram uma conversa descontraída com D. Januário Torgal Ferreira, Bispo das Forças Armadas e de Segurança. “Um serão despreocupado, onde o Bispo falou ao coração dos peregrinos”, abordando o compromisso dos profissionais das Forças Armadas e a bondade que a Igreja vai despertando nas pessoas. D. Januário, por seu lado destaca a importância de um bispo se encontrar com os que serve. “É preciso estar próximo com as pessoas”, a par da mensagem de que um peregrinar não é “um exercício de ginástica, mas aqueles dias de caminho são uma forma de aprofundar as razões da sua fé”, sublinha o Bispo das Forças Armadas e de Segurança. O caminho não terminou em Fátima, mas continua “junto do capelão e em conjunto com a sua unidade para que sejam um sinal e serviço da Igreja”. No dia seguinte, na Eucaristia D. Januário Torgal Ferreira sublinhou que “as razões da fé não ficam na Capelinha das Aparições”, mas devem ser espelhadas nos sectores da vida, igualmente na vida militar, “na família, na administração do dinheiro, na amizade entre os militares e no respeito humano”.

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