«Inspirando-nos no padre Dehon, sentimos esse desafio de não parar no que já fazemos mas ter o olhar no futuro» – Padre João Nélio Pereira
Lisboa, 17 mai 2022 (Ecclesia) – A Congregação dos Sacerdotes do Coração de Jesus (Dehonianos) em Portugal realizou um encontro dedicado à Pastoral Social, que desenvolvem através dos centros sociais e paroquiais, apontando às “novas pobrezas”.
“Há situações de pobreza que vão surgindo, novas pobrezas. Inspirando-nos no padre Dehon, também sentimos esse desafio de não parar no que já fazemos, mas ter o olhar no futuro, ver as novas formas de pobreza e tentar responder a essa pobreza”, disse hoje à Agência ECCLESIA o superior provincial dos Dehonianos em Portugal.
Segundo o padre João Nélio Pereira, como Igreja e na sociedade podem “fazer muito mais e chegar a muito mais pessoas”, por isso, o conhecimento e a partilha que surge neste encontro “é essencial”.
O II encontro da Pastoral Social Dehoniana, o primeiro realizado de forma presencial, teve como tema ‘Testemunhas do Amor do Deus – Respostas e Desafios’.
Esta iniciativa, que também foi uma oportunidade de formação, começou na segunda-feira e terminou hoje, no Seminário Nossa Senhora de Fátima, em Alfragide.
“É bom encontrarmo-nos, saber o que estamos a fazer e conhecermos um pouco melhor. Depois também percebermos que existem estruturas sociais que, se calhar, às vezes nem percebemos que nos podem ajudar a fazer muito melhor”, apontou o padre João Nélio Pereira.
Já o coordenador da Comissão Provincial Justiça e Paz e Integridade da Criação do Dehonianos em Portugal sublinhou que este setor “é uma realidade muito importante” que vem do exemplo do fundador da congregação, e “é uma sensibilidade” que mantêm viva onde estão presentes.
“Procurando responder àqueles que são os desafios dessas zonas onde trabalhamos. Realizamos este encontro para percebermos o que estamos a fazer e sobretudo o que podemos fazer de melhor”, indicou o padre José Domingos Ferreira.
À Agência ECCLESIA, observa que “há enormes desafios” que se estão a colocar à Pastoral Social e o encontro “também pôs isso a nu”, porque “há novos problemas sociais”, e têm de dar novas repostas, como “a solidão, o desemprego e o envelhecimento”.
O padre José Agostinho Sousa, religioso dehoniano, apresentou a reflexão ‘para um compromisso social autêntico: exemplo e testemunho do Padre Leão Dehon’, que fundou esta congregação religiosa, em 1878, na França.
“O fundador para todos os efeitos tem de continuar a ser o nosso inspirador: Procurou descobrir os grandes desafios que se colocavam na sociedade e naquela ocasião era sobretudo a situação da classe operária na industrialização desenfreada na cidade de Saint-Quentin. Procurou respostas e fundou um patronato, um colégio, criou um jornal católico”, explicou, em declarações à Agência ECCLESIA.
Para o padre José Agostinho Sousa, hoje também devem “estar atentos” à realidade que os rodeia, ter coragem e serem inovadores, e só em rede, em colaboração, podem “dar uma reposta eficaz aos problemas que a sociedade coloca e são muitos”.
O entrevistado destacou testemunhos e projetos apresentados neste encontro, “alguns verdadeiramente inovadores”, como a Unidade de Alzheimer do Centro Paroquial de São Bento na Ribeira Brava (Diocese do Funchal), a Escola de Cuidadores do Centro Paroquial de São Romão de Carnaxide (Patriarcado de Lisboa), a “Obra ABC em contante mudança” e a construção do novo centro social-paroquial em Francos, na Paróquia da Boavista (Diocese do Porto), e o apoio que estão a dar aos refugiados da Ucrânia, para além do acolhimento, “ferramentas, como as aulas de português”.
Foi proposto que o III Encontro Dehoniano de Pastoral Social se realize nos dias 15 e 16 de maio de 2023.
CB/OC
Notícia atualizada a 18 de maio