Representante de Israel no Vaticano recusa entrar em polémicas

O embaixador de Israel junto da Santa Sé, Oded Ben Hur, disse que a anunciada ausência do Núncio Apostólico na cerimónia anual em memória da Shoah não deve “interferir” nas relações entre as duas partes D. Antonio Franco, delegado apostólico em Jerusalém e Palestina, fez saber não participará nesta cerimónia, que se realizará nos dias 15 e 16 de Abril, no Yad Vashem, o Museu do Holocausto, em Jerusalém. A decisão do núncio foi tomada porque o Museu colocou em exposição uma fotografia de Pio XII, com um texto que D. Franco considera agressivo, mostrando o Papa como alguém que manteve “posições ambíguas” em relação ao Holocausto. Em declarações à Rádio Vaticano, o embaixador Ben Hur referiu que “este debate, difícil e doloroso, não deve influenciar sobre os esforços dinâmicos, sérios, verdadeiros entre Israel e o Estado do Vaticano, que são feitos já 13 anos, em especial nos últimos, para reforçar as relações e levar à verdadeira reconciliação”. “Em nome desta fraternidade, é preciso considerar e respeitar os sentimentos do povo judaico”, acrescentou. Este responsável lembrou que já o anterior Núncio, D. Pietro Sambi, se tinha manifestado contra o tratamento dado a Pio XII no Yad Vashem, assegurando que estão a ser “examinadas as possibilidades de sanar a situação”. D. Antonio Franco contestou que a apresentação do Papa Pacelli corresponda à verdade histórico e lembrou que o historiador inglês Martin Gilbert, por exemplo, escreveu em 2003 um livro intitulado “Os justos”, no qual ressalta tudo aquilo que Pio XII e a Igreja Católica fizeram para ajudar os judeus durante a II Guerra Mundial. A ausência na cerimónia do Yad Vashem, assinala o Núncio, “não significa falta de respeito pela memória e pelas vítimas desta tragédia”, mas apenas a recusa em “afirmar qualquer responsabilidade da Igreja Católica e da Santa Sé por não ajudar os judeus”.

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